A Muralha do esquadrão
Finalizada no século XV, a Grande Muralha da China foi construída para proteger o Estado e impérios chineses dos grupos de nômades da Eurásia, principalmente os mongóis. Além disso, outra função primordial era controlar a entrada e saída de mercadores, sem contar as questões imigratórias. A 15.496km de distância, a Bahia não possui uma muralha, é verdade, mas um nome […]
Finalizada no século XV, a Grande Muralha da China foi construída para proteger o Estado e impérios chineses dos grupos de nômades da Eurásia, principalmente os mongóis. Além disso, outra função primordial era controlar a entrada e saída de mercadores, sem contar as questões imigratórias. A 15.496km de distância, a Bahia não possui uma muralha, é verdade, mas um nome vem surgindo com uma função parecida: proteger a entrada de rivais em sua área.
Apesar de ser uma surpresa para muitos, não é por acaso que o Bahia chega ao final do primeiro turno como 7º colocado do Campeonato Brasileiro de 2019, com 31 pontos. Com apenas 16 gols sofridos nestas 19 rodadas, a equipe de Roger Machado ostenta a quarta melhor defesa da competição. Para isso, Gregore é uma das peças fundamentais para este funcionamento e serve como muralha na equipe baiana.
Aos 25 anos, vive o melhor momento da sua carreira. O camisa 26 do Tricolor de Aço teve grandes jogos atuando no 1-4-1-4-1. Após a saída de Ramires, atleta que fazia o esquema varia, o time se fixado no 1-4-2-3-1 e Gregore tem atuado como um volante mais ao lado direito, cobrindo bastante as saídas de Nino Paraíba e auxiliando na saída de bola.
Como é possível observa no seu mapa de calor de 2019, Gregore tem atuado como um “pêndulo” fazendo coberturas dos laterais. Esta situação só é possível por sua ótima leitura de jogo, algo que proporciona um número bastante elevado de interceptações. Até o momento, são 179 em 33 jogos, uma média de 5,4 por jogo.
Algo importante de ressaltar é que Gregore tem um alto índice de vitórias em desafios¹. Apesar de ter apenas 1,81m, costuma ganhar na chamada “primeira bola”, quando o goleiro adversário dá o lançamento/chutão. Sua capacidade física o auxilia em duelos pelo chão, divididas e desarmes. A frente de Lucas Fonseca e Juninho, se torna uma muralha pouco convidativa aos rivais. Ao todo, tem um aproveitamento de 73% nestes duelos (474 de 656 na temporada).
As características citadas acima são muito importantes no modelo do Bahia por se tratar de uma equipe que, quando enfrenta os times considerados maiores, espera seu adversário e sai em velocidade no contragolpe. Entretanto, o time de Roger Machado tem sido cada vez mais exigido quando tem a bola. Em média, Gregore dá 56 passes por jogo, um número que variou muito pouco ao longo da temporada e foi diferente apenas nos confrontos contra CSA (79) e Cruzeiro (104). É um jogador que ainda esta desenvolvendo este passe em profundidade e tem uma enorme margem de crescimento.
E mesmo bem longe da China, o volante Gregore se parece cada vez mais com um dos principais símbolos do oriente ao proteger a meta baiana e controlar os ataques adversários para tornar a equipe de Roger Machado uma verdadeira muralha defensiva.
¹ Entende-se por “desafios”: dividas pelo chão, pelo alto, desarmes e outras disputas de bola.
Comente!