ADVERSÁRIOS DE MINAS NA LIBERTADORES, PARTE III

Por Léo Gomide O “primeiro turno” da fase de grupos da Copa Libertadores se encerra para os clubes mineiros neste meio de semana. Jogos que podem praticamente definir o futuro de Cruzeiro e Atlético dentro da competição. Enquanto uma vitória do time de Mano Menezes garante mais um grande passo às oitavas de final, para […]

Por Léo Gomide

O “primeiro turno” da fase de grupos da Copa Libertadores se encerra para os clubes mineiros neste meio de semana. Jogos que podem praticamente definir o futuro de Cruzeiro e Atlético dentro da competição. Enquanto uma vitória do time de Mano Menezes garante mais um grande passo às oitavas de final, para o rival a situação é completamente oposta: uma nova derrota diminui ainda mais a possibilidade do Atlético chegar à fase mata-mata.

O Zamora, da Venezuela, será o adversário dos atleticanos no Mineirão. Já o Cruzeiro vai ao Equador para enfrentar o Emelec.

Depois de trazermos neste espaço uma análise sobre os comportamentos táticos de Cerro Porteño, Huracán, Nacional e Deportivo Lara, chegou a vez de destacarmos o clube venezuelano e a equipe equatoriana.


Atlético x Zamora: o confronto entre os dois clubes não é inédito no torneio. Estiveram no mesmo grupo na Libertadores de 2014, quando o Atlético venceu os dois jogos por 1×0. Os venezuelanos não tem nenhum remanescente daquela época no atual elenco, enquanto o Atlético conta com as presenças de Victor, Léo Silva e Réver.

No Torneo Apertura 2019 o Zamora ocupa a segunda colocação com 20 pontos (10J: 6V, 2E, 2D), mas após perder nas duas primeiras rodadas vem a Belo Horizonte tão pressionado quanto o Atlético.
O time é comandado pelo venezuelano Ali Cañas, técnico de 58 anos e que está no clube desde agosto de 2017.

Tanto no campeonato venezuelano, como nas duas partidas disputadas na Libertadores, contra Nacional e Cero Porteño, Ali Cañas tem utilizado o 4-2-3-1 como sistema tático. (veja na imagem 1).

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O Zamora se caracteriza por  se posicionar com o bloco defensivo médio ou já próximo à grande área. É raro a linha de 3 meias e o centroavante exercerem pressão no campo ofensivo. Utiliza uma marcação por zona, com papel importante para os volantes Hernandez e Rojas, que procuram estar alinhados e sempre no setor onde a bola se encontra, e não acompanhando individualmente algum jogador adversário.

Os laterais não participam ativamente do momento ofensivo da equipe, não fazem ultrapassagem ou jogam por dentro buscando uma infiltração na área adversária. Desta forma, mesmo quando contra-atacado, o Zamora tem a linha de 4 defensiva intacta para não ficar tão exposto. Veja na imagem 2 o mapa de ações dos lateral-direito Castro contra o Cerro Porteño e como pouco é participativo no terço final de campo, seja pela beirada ou na faixa central próximo à área.

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Na bola parada defensiva marca o adversário individualmente, com algum jogador protegendo a primeira trave. (veja na imagem 3)

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Ofensivamente o time se organiza no 4-2-1-3. (veja na imagem 4). O Zamora não tem como estratégia ter longas posses de bola e um grande número de troca de passes na tentativa de chegar ao gol adversário. Com uma ideia de progredir rapidamente para buscar uma finalização, o Zamora, por esperar o adversário no campo defensivo, utiliza muito os lançamentos diagonais longos para explorar a velocidade dos jogadores que atuam pelos lados de campo sempre às costas dos laterais adversários. Os jogadores Gallardo, Romero, Maza e Mena são as opções para atuarem como extremos.

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Outra característica são as bolas longas para o centroavante Paiva trabalhar como pivô no campo ofensivo. Os volantes pouco aparecem como elemento surpresa no ataque. Ramirez é o meia que joga por trás do centroavante Paiva para tentar municia-lo quando o Zamora tenta construir com a bola pelo chão, e não com jogo aéreo.

As estatísticas do jogo contra o Cerro corrobora com a análise de um time que tem no ataque rápido (poucas trocas de passes e posses curtas) ou utiliza um ataque direto (jogo de segunda bola no campo ofensivo) como comportamentos ofensivos. (veja na imagem 5)

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Chama a atenção como se organiza nas bolas paradas ofensivas: jogadores se posicionam até mesmo no limite da grande área para tentar embalar e atingir a bola para o cabeceio. (veja imagem 6)

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Emelec x Cruzeiro: o vice-campeão equatoriano em 2018 se reforçou para esta temporada e trouxe o zagueiro Jose Hurtado, os atacantes Billy Arce, Guerrero e Angulo e os meio-campistas Gabriel Cortez e Wilmer Godoy.

Contratado em maio/2018 o jovem técnico argentino Mariano Soso, 37 anos, foi mantido para este ano, porém, o time ainda sofre com a irregularidade tanto em termos de desempenho como resultado.

No último sábado o time de Sosa foi derrotado pelo Independiente Del Valle por 1×0. Ocupa a modesta 10a colocação na Liga Equatoriana somando 10 pontos, com 3 vitórias, 1 empate e 3 derrotas. Na Libertadores ainda não venceu e ficou no 0x0 diante de Deportivo Lara e Huracán. No total são apenas 6 gols marcados em 9 jogos disputados no ano.

Em fase defensiva o Emelec se organizou prioritariamente no 4-1-4-1 em ambos os compromissos pela Libertadores. (veja na imagem 7). Posicionou-se em bloco médio e com uma marcação por zona ou utilizando encaixes individuais por setor (perseguir algum adversário até determinada faixa do campo). Apresentou dificuldades para defender as laterais do campo, apesar de Caicedo e Johnson não serem laterais que aparecem constantemente como um apoio ofensivo. Não é raro observar o volante Arroyo alinhado juntamente aos zagueiros e laterais, assim, o Emelec se posiciona em um 5-4-1 dependendo da ofensividade do adversário.

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Na bola parada defensiva se organiza com um ou dois atletas protegendo a primeira trave, enquanto os demais fazem marcação individual. (veja imagem 8)

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Como destacado acima, o time equatoriano tem uma média inferior a um gol por jogo nesta temporada. Nas partidas pela Libertadores os comandados de Soso apresentaram extrema dificuldade para progredir até o gol adversário. O Emelec se organizou em um 3-4-3 contra Deportivo Lara e Huracán. (veja na imagem 9) O volante Arroyo é quem se junta aos dois zagueiros para auxiliar na tentativa de saída de bola pelo chão, mas nas duas partidas foram comuns os erros de passe no início da fase de construção, provocando contra-ataque dos adversários e com o sistema defensivo exposto. De 6 gols sofridos no 4, 4 foram em contra-golpe do oponente.

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Procura atacar pelos lados e alçar bolas na área para o centroavante Angulo. Mas com a pouca participação ofensiva dos laterais, os jogadores que atuam pela beirada, como Billy Arce, Cabezas Paredes e Rojas, ficam constantemente isolados e inferioridade numérica. Jogo entrelinhas do Emelec também se mostrou quase inexistente e ineficaz. Pela imagem 10 vemos a dificuldade que teve o Emelec para com uma troca de passes conseguir entrar na área do Huracán, quando somente em 7 oportunidades teve êxito. Com um time sólido defensivamente como é o Cruzeiro, o atual desempenho ofensivo do Emelec fica propenso a ser neutralizado.

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Fechamos aqui a análise dos seis adversários dos clubes mineiros nesta edição da Copa Libertadores. Uma forma de trazer a você torcedor informações e características dos respectivos oponentes durante o torneio continental.

Voltaremos nas oitavas-de-final.

Até lá!

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