Como está o Cuiabá sob o comando de Pintado
Fora dos holofotes nesse início de ano, o Cuiabá vive um momento de ajustes nos primeiros jogos de Pintado e de diversos reforços.
Disputando o Campeonato Mato-Grossense, um estadual de menor visibilidade e poderio financeiro, o Cuiabá pode ficar um pouco “escondido” aos olhos dos torcedores dos demais clubes da primeira divisão. Mas não nos deixemos enganar: a equipe foi reforçada e o trabalho está em desenvolvimento. Afinal, como está o Cuiabá?
O Dourado viveu temporadas memoráveis nos últimos anos, conquistando o acesso à Série A em 2020 e a permanência na elite em 2021. Ao final do ano, o técnico deixou o clube, assim como Auremir, Yuri, Clayson, Jonathan Cafu, Yesus Cabrera e Max, entre outros jogadores importantes. Nesse início de temporada, o time está tentando se encaixar.
Você já viu aqui no Footure as características do modelo de jogo da equipe no ano passado e como os reforços para 2022 poderiam se encaixar. Agora, o Cuiabá tem Pintado como treinador no banco de reservas e, após sete partidas disputadas, podemos perceber os rumos do esquadrão cuiabano. O Dourado decidirá a vaga nas finais do Mato-Grossense no sábado (19), contra o Dom Bosco e está na terceira fase da Copa do Brasil.
É impossível não começarmos falando dos dois destaques ofensivos da equipe, Rodriguinho (8 gols em 10 jogos) e Elton (6 gols e uma assistência em 11 jogos), e a forma como o Cuiabá busca atacar. Tal qual no ano anterior, o Dourado joga de forma muito direta, dando prioridade para lançamentos para o camisa 9 ou os pontas que fazem constantes movimentos de infiltração. A intenção maior não é criar a partir dessa primeira jogada e sim recuperando a segunda bola, com muitos jogadores concentrados por dentro. Dessa forma, o time recupera, troca passes rápidos e encontra uma oportunidade de infiltrar com um dos meias por trás do centroavante, normalmente Rodriguinho.
Duas ponderações precisam ser feitas sobre esse tema: pela característica pouco física do meio-campo e pelo estágio inicial do trabalho de Pintado, a recuperação da segunda bola não é tão frequente quanto deveria, dificultando a criação de jogadas. Ainda assim, é dessa maneira que a equipe cria suas principais chances. Ademais, Alesson e Everton ainda precisam de maior ritmo de jogo para se consolidarem na titularidade. Por enquanto, tiveram muitas decisões erradas e pouca efetividade nas puxadas de contra-ataques, arma fundamental dos cuiabanos.
Defensivamente, a preferência é por marcar na altura do meio-campo e deixar a bola com o adversário, mesmo se ele for mais fraco. Faz sentido, tendo em vista a velocidade dos atacantes de lado. Contudo, se em 2021 a marcação mais zonal, protegendo os espaços perto da grande área era uma das grandes marcas da equipe, Pintado tenta fazer uma defesa com mais encaixes, tirando alguns atletas de posição. Para isso funcionar, é preciso organizar coberturas, compensações e ter muita pegada.
Naturalmente, sete jogos não são suficientes para tudo isso, então o Cuiabá acaba sofrendo contra times que abrem o campo e espaçam o rival. Vemos muitos jogadores se afastando da grande área para dar combate e deixando a área esvaziada. Menos protegidos, os zagueiros têm dúvida, se posicionam mal e não conseguem vencer as disputas pelo alto.
Com a recente troca de treinador, o baixo nível do estadual e a necessidade de encaixar muitos reforços, o Cuiabá ainda tem desempenho irregular em 2022. Não será surpresa se o Dourado começar o Brasileirão mais devagar e ter que engrenar ao longo do ano. De qualquer forma, Pintado tem três semanas e meia para trabalhar até o início da principal competição do país.
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