Conheça o modelo de jogo do argentino Ariel Holan, o novo treinador do Santos
O Santos tem um novo treinador para temporada 2021: Ariel Holan. Aos 60 anos, o argentino trabalhou em três equipes como técnico principal: Defensa y Justicia, Independiente e Universidad Católica. Como jogam suas equipe? Vamos conhecer mais.
Com a saída de Cuca, o Santos foi até o Chile para buscar Ariel Holan como treinador para comandar o clube pelas próximas três temporadas — pelo menos este é o período acordado em contrato. Aos 60 anos, o argentino é conhecido pelo seu modelo de jogo propositivo, interesse por apresentar vídeos aos atletas e o temperamento mais tranquilo na beira do campo.
Ariel Holan iniciou sua carreira de treinador no hóquei de grama, onde chegou a ser medalhista de bronze no Panamericano de 2003 comandando a Seleção Feminina do Uruguai. Segundo ele, em entrevista ao The Coach’s Voice, o aprendizado do esporte para o futebol foi “não separar preparação física do trabalho com bola”
No futebol, foi auxiliar de Jorge Burruchaga (2003-2010) e Matias Almeyda (2011-2015). Como treinador, Ariel Holan teve passagens por Defensa y Justicia (15-16), Independiente (17-19) e Universidad Católica (20-21); e conquistou dois títulos: Sul-Americana 2017 e Chileno 20/21.
Ariel Holan é um treinador que podemos dizer ser adepto do ‘Jogo de Posição’. Apesar disso, não foi tão ortodoxo em sua passagem pelo Independiente — algo que não ocorreu na Universidad Católica.
Quer entender mais sobre o Jogo de Posição? Ainda na chegada de Domenèc Torrent ao Flamengo, explicamos os conceitos ligados a este modelo. Você pode ler a matéria completa clicando aqui.
Geralmente, as equipes de Ariel Holan se posicionam no 4-3-3, porém não deve-se descartar o 3-4-3 ou 3-5-2, esquemas corriqueiros no Independiente. O mais importante para o argentino é que a equipe busque sempre um jogo pelo chão, dominando o rival com a posse e propondo jogo.
A maneira de atacar pode variar bastante de acordo com a característica dos jogadores. Em seu último trabalho na Universidad Católica, por exemplo, ele tinha um lateral mais por dentro, enquanto o ponta do setor dava profundidade e do outro lado era o extrema quem buscava cortar por dentro.
Ainda existem outras possibilidades, é claro. Um modelo bastante comum e, tendo em vista que o Santos tem dois pontas de muita vitória pessoal, é utilizar os laterais por dentro, na linha dos volantes e estes atacantes pelos lados esperarem mais rentes a linha lateral a oportunidade do enfrentamento do 1×1 e, assim, chegar ao gol adversário.
Um cenário que deve ser enfrentado também é o de linhas muito baixas, para tirar qualquer espaço de criação do Santos e, para isso, Ariel Holan deve apostar mais as fichas em um goleiro que saiba utilizar bem os pés para gera superioridade.
Neste caso, ele seria o terceiro elemento na saída de bola e a equipe teria mais jogadores próximos da entrelinha ou nas zonas de finalização em busca da superioridade em diferentes setores do campo.
Um ponto positivo no contexto do Santos para a chegada de Ariel Holán é que os jogadores tem ainda na memória recente o modelo de Jorge Sampaoli e isso pode ajudar no entendimento dos movimentos de pressão após a perda da bola, por exemplo. Um movimento defensivo importante na ideia do JdP.
A curiosidade no Santos será pela pré-disposição dos jogadores tendo dois pontas muito incisivos (Soteldo e Marinho), um lateral esquerdo com jogo por dentro e por fora (Felipe Jonatan), um de mais chegada (Madson); além de um zagueiro com ótima saída (Luan Peres). Há uma base interessante para se aproveitar de imediato no início da temporada 2021.
Quanto a utilização dos ‘Meninos da Vila’, Ariel Holan tem alguns nomes que ajudou na formação como Ezequiel Barco, Nicolas Tagliafico, Fabricio Bustos e Saavedra. Com uma ótima “fornada” de jogadores, o argentino deve utilizar muito do Paulistão dando minutos e ajudando no entendimento dos jogadores em seu modelo.
Por fim, chama atenção o contrato de três anos para Holan no Santos. Um sinal de que a convicção pode estar bastante presente com um treinador que tem todas as condições de encaixar na cultura de futebol que o santista tem como ideal para si. E você, o que acha?
Comente!