DOSSIÊ AJAX
Por @maiiron_ O Ajax, gigante, berço do Futebol Total, uma das grandes escolas de futebol mundial, que nos deu Rinus Michels, Cruyff e outros, ficou 21 anos longe de uma final europeia. Voltou esse ano! O time de Peter Bosz desbancou adversários fortes como Schalke 04, Lyon e fez dois ótimos enfrentamentos contra o Celta de […]
Por @maiiron_
O Ajax, gigante, berço do Futebol Total, uma das grandes escolas de futebol mundial, que nos deu Rinus Michels, Cruyff e outros, ficou 21 anos longe de uma final europeia. Voltou esse ano! O time de Peter Bosz desbancou adversários fortes como Schalke 04, Lyon e fez dois ótimos enfrentamentos contra o Celta de Vigo do ótimo Eduardo Berrizzo na fase de grupos da Liga Europa.
Mas vocês lembram como começou a temporada dos ajacieden? Nós lembramos! Tudo começou com uma janela de transferências arriscada, que teve a venda Bazoer, Cillessen, Milik e El Ghazi, que não aceitou bem a reserva. Trouxeram Sánchez, Cassierra e o ótimo Dolberg. Eram todos nomes desconhecidos do grande público europeu. Logo de cara uma humilhante eliminação nos playoffs da Champions League contra o Rostov, com um empate em casa e um retumbante 4 a 1 na Rússia. A equipe também patinou na pré-temporada, com só uma vitória. De início penou na Eredivisie, com derrota para o Willem II em Amsterdam e um empate contra o Roda JC. Peter Bosz, antes de fazer a equipe “pegar no breu”, testou 5-3-2 e o 4-1-4-1, sem sucesso. Bosz se voltou à essência do Ajax. Recorreu ao 4-3-3 com um volante e dois interiores; os pontas dando amplitude e mobilidade, com Dolberg flutuando entre as linhas tanto para armar jogadas como para finalizar.
O Ajax tem um modelo marcante de jogo. É assustador o ritmo que eles impõem durante a partida, sendo incisivos em todas as fases. Quase não tem pausa, não tem um respiro para a equipe adversária.
A pressão na bola é incisiva, mas com perseguições individuais longas, a equipe se vê obrigada a fazer a “compensação”, que é o ato de cobertura de todos jogadores que saem do seu espaço na hora de dar o bote.
Mas há um problema: quando as perseguições longas dão errado, os espaços gerados colocam gente na entrelinha sem marcação e até na cara do gol.
O Ajax é um time tradicional na forma de atacar pelos lados do campo. Aposta na triangulação pelos lados, mas também não abdica do 1-1 e liberdade criativa dos pontas buscando o fundo ou partindo pra dentro. O jogo associativo do Ajax é uma escola bem antiga; de Michels, de Cruyff, que Bielsa usou, Guardiola potencializou com o jogo posicional, e bem utilizada na equipe de Peter Bozs. Schöne é o “carimbador maluco”. O volante de saída é quem dá as cartas com Klaasen e Ziyech, sempre progredindo por dentro e usando amplitude dos lados.
Kasper Dolberg é o atacante da moda na Europa. Jovem, com 18 anos, chama a atenção pela versatilidade. Sai de dentro para os lados gerando apoio; tem o jogo por dentro, nas costas dos volantes e constantemente dá opção para os pontas infiltrarem.
Na batalha que vai ser contra o United, o Ajax joga com a tranquilidade de ser um franco-atirador. O time de Mourinho tem, além da tradição recente, jogadores mais afirmados, como Pogba, De Gea, Mata e Ander Herrera. Mas se o Manchester quiser vencer, precisa abrir o olho contra o jovem e perigoso Ajax de Peter Bosz.
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