Expectativas baixas para a Espanha na Euro
Com problemas depois do positivo de Sergio Busquets e Diego Llorente, a Espanha chega na Euro para surpreender positivamente mesmo que o título seja improvável
Passando por uma renovação no elenco desde a chegada de Luis Enrique após a Copa do Mundo de 2018, a Espanha tem na Euro uma forma de testar o poder da geração que toma conta da convocação.
Apesar dos bons resultados, a equipe ainda não surpreendeu de forma que seja possível acreditar em um título importante nos próximos anos. Pensando no poderio de outras seleções isso fica ainda mais difícil. Sem tantos jogadores especiais como na geração campeã de tudo na última década, essa convocação demonstra como a renovação é importante para seguir dando continuidade para o futuro ser brilhante.
Amistosos antes da Euro e problemas por conta da COVID-19
No amistoso contra Portugal pouca coisa aconteceu. Mudanças como Gerard Moreno saindo do banco para jogar junto com Morata é algo bem interessante, ainda mais em vista do que Luis Enrique frisava no começo de que o campeão da Europa League fosse visto como centroavante e só. Unai Simon manteve sua vaga e deve ser o titular nessa Euro. Além disso, tivemos Marcos Llorente como lateral novamente, posição que foi atribuída a ele na última Data Fifa realizada em março, mas que ainda não o potencializa por completo.
As opções de zaga foram modificadas, Laporte foi convocado e escalado como titular e companheiro de Pau Torres. Sem Sergio Ramos, Iñigo Martinez e Diego Llorente (que testou positivo após Busquets), Azpilicueta vem de uma temporada fenomenal, se consagrando como campeão da Champions League, e é uma peça interesse na ideia de Lucho mudar o esquema – o que parece improvável por conta das últimas partidas e pela necessidade de se impor na Euro, situação que um sistema diferente pode gerar insegurança.
Com os jogadores convocados em isolamento após o teste positivo de Busquets, a Espanha chega para o segundo amistoso antes da Euro com problemas. Para enfrentar a Lituânia, Luis Enrique precisou de uma convocação alternativa com a equipe que disputou o europeu Sub-21. Problemas à parte, foi interessante fez jogadores mais jovens num cenário como esse. Cinco jogadores foram chamados caso mais alguém testasse positivo após esse isolamento, o que não foi o caso. Entre esses jogadores estavam Brais Méndez, provável substituto do Busquets na convocação, Pablo Fornals, Carlos Soler, Rodrigo Moreno, Raúl Albiol e por fim o goleiro Kepa.
Expectativas baixas na Espanha
A ambição atual não é o título, o que seria uma situação bem improvável, e de fato as expectativas são baixas. Como dito anteriormente, a reformulação no elenco é bem vista de certa maneira desde a chegada de Luis Enrique, porém o último ano sucede questionamentos.
A convocação para a Euro foi a mais polêmica dentre as seleções e com os problemas relacionados ao COVID-19 a situação fica ainda mais difícil. A falta de nomes como Nacho, Jesús Navas, Iago Aspas e Iñaki Williams tem um impacto e são nomes interessantíssimos para situações que é preciso alternativas, como vem acontecendo agora – além da mudança de esquema que citamos anteriormente, também a possibilidade de convocar 26 jogadores.
Sem muitas estrelas, ainda existe muita qualidade e força jovem. Koke e Gerard Moreno entram na faixa dos veteranos, mas que contribuem de maneira expressiva e serão jogadores imprescindíveis para o melhor desempenho possível. Além dos dois mais velhos e de outros veteranos como Thiago e Jordi Alba, temos os jovens com maior destaque na temporada e nos jogos realizados no último ano, como Oyarzabal, Dani Olmo, Pedri. Outra opção para o ataque, Ferrán Torres também é importante visando a versatilidade e pelo que conseguiu entregar com a seleção especificamente. Se pensarmos que Oyarzabal e Dani Olmo são mais parecidos nas suas funções, Ferrán vem com maior poder de profundidade e até sendo mais incisivo para garantir maior poder individual dentro de um sistema que ainda sofre no último terço.
Um problema recorrente desde a última Copa era esses atacantes pelos lados, ou melhor, a falta deles. Hoje as opções são bem melhores, mais jovens e com muito a evoluir, e assim tomaram conta da convocação. Dentro desses nomes entram Pablo Sarabia e Adama Traoré, nomes mais contestados, mas que trazem mais apoio esse repertorio ofensivo – situação que, coletivamente, não vem sendo forte na seleção.
A defesa se reforça com Laporte e assim um zagueiro de alto nível para substituir jogadores importantes como o capitão Sergio Ramos e Iñigo Martinez com problemas relacionados ao físico. Isso nos faz voltar em nomes como Jesús Navas e Nacho, ambos jogadores mais velhos e com longa passagem pelo futebol, trazendo essa questão de renovação mais perto e questionável. Entretanto, são peças extremamente adaptáveis e que seriam importantíssimas em buracos que ainda seguem abertos dentro de um time titular, como a lateral-direita, ainda sem dono, e um defensor polivalente, como Azpilicueta vem sendo nas últimas temporadas.
Eric Garcia é um nome discutível, muito por ter sido uma das últimas opções de Guardiola com o Manchester City, mas também por ser um jogador substituível se olharmos para os companheiros como o próprio Laporte e também Pau Torres. Em característica pouco faz diferença, mas é clara a preferência do treinador, muito pela continuidade do jogador na seleção e pela carência no setor.
A lista é interessante pensando nos talentos individuais e pelos retrospectos de alguns na temporada. O bom momento e a boa fase não são o fator principal na convocação, mas é algo que pesa em uma competição de seleções que entram em campo com seus melhores jogadores (pelo menos na teoria). A expectativa é baixa, mas traz a ideia de que a evolução da equipe como um todo vem em algum momento, e no alto nível de seleções o impacto disso pode ser gratificante de alguma forma.
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