Por que Éverton 'Cebolinha' ainda não está na Europa?
A idade elevada, o preço, falta de experiência e a necessidade de um time para si. Quais os motivos para Éverton ainda estar no Brasil?
Desde que assumiu a titularidade do Grêmio em 2018, as sondagens para saída de Éverton Cebolinha apenas aumentam. Napoli, Milan, Everton, Atlético de Madrid e alguns outros buscaram informações do extrema do Tricolor.
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Apesar disso, um dos principais atacantes brasileiros parece ainda não passar a confiança para o continente europeu quanto a sua contratação. Buscamos elencar algumas das principais motivações para que isso ocorra. Por que Éverton ainda não está lá?
A idade elevada
Aos 24 anos, Éverton não é mais um “garoto” aos olhos de grandes clubes da Europa. Depois de muitas contratações de atletas com 20/21 anos, tudo mudou. Visando o final da formação dos atletas, é cada vez mais comum observarmos jogadores deixando o Brasil antes de completar 18 anos.
Recentemente, tivemos o caso dos flamenguistas Vinicius Jr. e Reinier e do santista Rodrygo; Além disso, o jogador “mais velho” está na faixa dos 21/22 anos e tem qualidade técnica ainda mais determinante ou vai para um contexto mais propício para seu desenvolvimento, casos de Bruno Guimarães (22) e Arthur Melo (21 à época).
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No Grêmio, um caso parecido com o de Éverton aconteceu há pouco tempo. A não saída de Luan para o Spartak Moscow. Apesar de suas qualidades, o camisa 7 era um jogador bastante específico, tinha idade mais “avançada” comparado aos jovens citados acima e despertava apenas os olhares do Leste Europeu. Então, entraremos no próximo tópico.
O preço pedido pelo Grêmio
É preciso contextualizar o pedido do Grêmio. O clube não detém 100% dos direitos do atleta e, por isso, acaba pedindo um valor maior. Com 60% de Éverton, o Grêmio chegou a pedir €80 milhões aos clubes interessados para que pudesse receber limpos €48 milhões.
Mbappé, Cristiano Ronaldo, Hazard, Griezmann, João Félix, Lukaku, Dembélé e Neymar foram os atacantes que movimentaram mais de €80 milhões nas últimas três janelas de transferência.
Lacazzete, Aubameyang, Morata, Diego Costa, Malcom, Vini Jr., Pulisic, Mahrez, Lozano, Ben Yedder, Haller, Rodrygo e Pepé foram os atacantes que movimentaram mais de €40 milhões nas últimas três janelas de transferência.
Números do Transfermarkt
Pelos jogadores citados e as cifras, podemos ver que a pedida do Grêmio acabou se tornando alta e sem tanta conexão com a realidade do mercado. Apesar dos altos valores conseguidos com Arthur, foram situações e contextos muito diferentes.
A falta de experiência internacional
A artilharia na Copa América 2019 foi, certamente, um dos pontos altos na carreira de Éverton ‘Cebolinha’. O problema é que para o mercado, a competição não é considerada de primeira nível em relação a Eurocopa, por exemplo.
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Mais adiante, podemos falar sobre Éverton não ter passagens pelas Seleções de Base e isso gera uma insegurança para clubes da elite. “Qual a real consistência do jogador? Por que só foi convocado agora para a principal?”.
Todos os jogadores citados até agora neste artigo eram convocados regularmente por suas seleções – principal ou base.
Um jogador sistema
O Grêmio com Renato Portaluppi sempre teve um jogo bastante coletivo e uma peça individual capaz de decidir nos momentos mais complicados. Depois de Luan, Éverton assumiu esse posto na equipe.
O camisa 11 é capaz de tirar “coelhos da cartola” e fez isso em diversos momentos. Não por acaso, o Tricolor tem cada vez jogado “para Éverton” e não “com Éverton”.
Essa situação tem dois pontos. A favor, desabrochar cada vez mais as qualidades individuais do jogador e mostrar sua capacidade de decidir. Contra, pensando em questões mercadológicas, os clubes podem pensar “será que esse jogador rende apenas quando o time joga para ele?”. Num futebol com menos espaços e de muitas transições, apenas os jogadores fora de série possuem um sistema para chamar de seu.
Qual será o futuro de Éverton?
Por fim, é preciso ressaltar que em nenhum momento o objetivo do autor é diminuir as qualidades do ‘Cebolinha’. Ainda acredito se tratar de um dos jogadores mais determinantes do país e que seria titular em todas as equipes do Brasil.
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A questão é: será que o Grêmio não está atrapalhando sua saída? O clube sabe que Éverton talvez não seja vendido para a elite do futebol?
E quanto ao jogador: estaria ele disposto a buscar um clube médio da Europa para, então, tentar mostrar seu valor e trazer mais “confiança” dos maiores e poder dar esse salto?
A pandemia do COVID-19 pode aumentar a necessidade do Grêmio vender o atleta e sua saída ser concretizada em breve, mas o futuro ainda é incerto. Caso não saia, seguiremos (muito bem) assistindo aos dribles, assistências e gols de Éverton nos gramados brasileiros.
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