Palmeiras x Flamengo: final imprevisível na Libertadores
As características dos elencos de Palmeiras e Flamengo apontam para um final de muita velocidade e imprevisível.
Palmeiras e Flamengo fazem a final da Libertadores neste sábado, às 17h (horário de Brasília), no Estádio Centenário, em Montevidéu. Com o confronto definido há dois meses, as equipes oscilaram ótimos e péssimos momentos ao longo do período, mas chegam confiantes na decisão. A partida traz dúvidas desde as escalações até a postura dos times.
Pelo lado alviverde, o último ensaio da formação principal foi no último sábado (20), contra o Fortaleza. A equipe contou com: Weverton, Mayke, Gustavo Gómez, Luan e Piquerez; Danilo, Zé Rafael, Gustavo Scarpa, Raphael Veiga e Dudu; Rony. Mayke parece ter ganhado definitivamente a disputa pela vaga de Marcos Rocha, suspenso. Já retorno de Felipe Melo é uma incógnita, visto que o capitão pode entrar no lugar de um dos volantes, opção mais provável, ou de Gustavo Scarpa, para aumentar o poder de marcação do Palestra.
Da parte flamenguista, ao que tudo indica a coisa está mais bem definida. Arrascaeta jogou 32 minutos contra o Grêmio, na última terça-feira (23) e demonstrou estar recuperado de lesão. Assim sendo, o uruguaio tem boas chances de retomar o posto que vinha sendo ocupado por Michael no time titular. Essa, inclusive, é a única dúvida do Flamengo. Renato terá de escolher entre a qualidade na tomada de decisão e a capacidade de jogar em espaço curto do meia estrangeiro ou a explosão, o drible e a maior intensidade sem bola do vice artilheiro do Brasileirão.
O rubro-negro tem dificuldades em realizar suas ações defensivas com regularidade, sempre oscila dentro dos jogos. Ainda assim, podemos esperar o Flamengo marcando alto, cenário em que defende melhor, e tirando o espaço dos volantes do Palmeiras no início do confronto. A intenção é forçar uma bola mais longa, ganhar a disputa a área e recuperar a segunda bola já no campo ofensivo. Com a concentração elevada pela importância da partida, não será surpresa se o time carioca conseguir realizar essa estratégia com mais eficiência e por mais tempo que o habitual, como foi contra o Atlético-MG.
Além disso, será importante para o Flamengo uma rápida e forte reação após a perda da bola. Este é outro momento do jogo no qual a equipe consegue executar muito bem em alguns momentos, porém oscila demais. Felipe Melo, Danilo, Raphael Veiga e Scarpa são capazes de colocar Dudu e Rony em situação de vantagem rapidamente em um contra-ataque. Por fim, a marcação rubro-negra em bloco médio ou baixo precisa ser muito mais intensa do que vem sendo. Hoje, vemos um time passivo, sem morder e oferecendo muitas finalizações.
Quanto ao Palmeiras, é difícil afirmar qual será a altura do bloco de marcação. Tendo em vista as decisões disputadas pelo Alviverde até aqui, podemos esperar de tudo um pouco. Diante das dificuldades do adversário quando bem pressionado, não será surpresa se o time paulista optar por defender com bloco alto em determinados momentos do jogo e recuar em outros. Independentemente da altura da linha defensiva, o fundamental é a equipe voltar a fazer o que faz de melhor com Abel Ferreira: pressionar, roubar, acelerar com Dudu, Rony e aproveitar a chegada de Raphael Veiga.
A linha de três meias composta por Raphael Veiga, Dudu e Gustavo Scarpa oferece um poder de decisão muito grande, porém deixa a desejar nos aspectos defensivos: pressiona pouco a bola, sobrecarrega os volantes e reage mal após a perda da posse. Isso precisa melhorar para evitar os contragolpes do Flamengo e não dar tempo para o talentoso time rubro-negro pensar.
Renato Gaúcho gosta de um jogo caótico, lá e cá, no qual seu time, mais qualificado que praticamente (ou literalmente) todos os adversários do continente, terá muitas chances de gols e seus ótimos atacantes aproveitarão a maioria. Em contrapartida, Abel Ferreira tenta controlar ao máximo o caos do futebol, correndo o menor risco possível, se defendendo com qualidade e atacando de maneira rápida, direta, por uma rota bem definida. A características dos treinadores e as oscilações das equipes na temporada indicam uma final completamente imprevisível.
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