FIRMINO E A 'MALDIÇÃO DA 9'
Desde o dia 31 de janeiro de 2011, último dia da janela de transferências do inverno europeu, o Liverpool não tem um camisa 9 que justifique a tradição do número historicamente reservado aos artilheiros. Que consagrou Ian Rush e Robbie Fowler – apenas para citar alguns exemplos em Anfield. Naquela temporada o clube acertou a […]
Desde o dia 31 de janeiro de 2011, último dia da janela de transferências do inverno europeu, o Liverpool não tem um camisa 9 que justifique a tradição do número historicamente reservado aos artilheiros. Que consagrou Ian Rush e Robbie Fowler – apenas para citar alguns exemplos em Anfield. Naquela temporada o clube acertou a transferência do artilheiro Fernando Torres para o Chelsea e viu a revolta do seu torcedor representada por faixas ofensivas ao espanhol e queima de camisas. Torres nunca mais foi o centroavante letal que anotou 81 vezes em três temporadas e meia defendendo os Reds e o Liverpool jamais reencontrou o dono da 9. De contratações milionárias a desconhecidas apostas, cinco jogadores vestiram a camisa desde então.
Com a chegada do egípcio Mohamed Salah, caberá a Roberto Firmino, que até então usava a 11, encarar o desafio de contrariar a ‘maldição da 9’. Relembre quem vestiu a 9 desde a saída de El Niño.
ANDY CARROLL
Na iminência de perder Torres para o Chelsea, o Liverpool foi às compras reforçar o seu ataque. Chegaram na sequência Luis Suárez, que anotara 111 gols em 159 jogos pelo Ajax, e Andy Carroll, contratado por incríveis 41 milhões de euros do Newcastle – até então a contratação mais cara da história do clube. Pelos Magpies na Premier League, Carroll havia marcado 11 gols em 19 partidas. Jogando a segunda divisão inglesa foram 17 gols em 39 jogos. Com este cartel o centroavante de 1m93 chegou ao Liverpool a pedido do então técnico Kenny Dalglish. Com a saída de Dalglish ao fim da temporada 2011/12, os novos donos do Liverpool decretaram fim ao kick and rush que beneficia jogadores de estatura como Carroll. O camisa 9 não fazia mais parte dos planos do time, que escolhera Brendan Rodgers, arquiteto do ‘Swanselona’, para iniciar uma era de futebol posicional construído pelo chão.
Carroll se despediu dos Reds com 11 gols em 58 partidas. Foi emprestado para o West Ham, que mais tarde o contratou por 17 milhões de euros. O jogador permanece no clube, onde foi reserva durante a maior parte do primeiro semestre de 2016.
IAGO ASPAS
Ciente da necessidade de um companheiro para Luis Suárez, Brendan Rodgers foi à Espanha contratar Iago Aspas, que havia anotado 25 gols na temporada 2011/12 pelo Celta de Vigo. Apesar de vestir a 9, Aspas chamara atenção pela rápida condução de bola e dribles desconcertantes. O Liverpool pagou 10,8 milhões de euros pelo galego. Bastaram 16 partidas para que Aspas deixasse Anfield como um dos grandes flops daquela temporada inglesa. No mesmo ano foi repassado ao Sevilla, onde conquistou a Liga Europa e recuperou o bom futebol. De volta ao Celta na última temporada, o espanhol anotou 26 gols em 49 partidas; média que o levou à Seleção Espanhola.
RICKIE LAMBERT
A 9 do Liverpool ficou vaga por meia temporada, até Rickie Lambert chegar do Southampton no verão 2014. No mesmo comboio vieram seus companheiros Adam Lallana e Dejan Lovren, que até hoje permanecem no clube. Nascido em Liverpool, Lambert era um torcedor assumido do clube que reprovara nos testes quando adolescente e, aos 32 anos, realizou o grande sonho da vida. A história de sua contratação era bonita, mas em campo Lambert jamais repetiu as atuações dos tempos de Saints, quando se notabilizou pela força no jogo aéreo e bom trabalho de pivô. O centroavante contratado por 5 milhões de euros jogou 36 vezes e marcou três gols. Tornou-se a representação de uma temporada decepcionante para o Liverpool, de quem tanto se esperava após um ano de futebol vistoso e ofensivo.
Depois de passagem igualmente apagada pelo West Bromwich, Lambert foi disputar a Championship no Cardiff City, onde permanece até hoje.
CHRISTIAN BENTEKE
Os 41 milhões de euros investidos em Carroll só foram batidos no verão de 2015, quando o Liverpool desembolsou 46 milhões de euros para tirar Christian Benteke do Aston Villa. Benteke foi a contratação de maior repercussão do clube em anos. A boa média de gols em três temporadas pelo Villa fizeram do belga um dos jogadores mais cobiçados do futebol inglês. Benteke aliava boa técnica e força, e começou bem. O golaço contra o United pela Premier League tornou-se um cartão de visitadas pra lá de ilusório.
A demissão de Brendan Rodgers, fiador da sua contratação, e a chegada de Jurgen Klopp mudaram radicalmente a vida do atacante em Melwood. Benteke ouvia Klopp se queixar publicamente de sua pouca contribuição ofensiva e amargurou o banco de reservas para Divock Origi, seu reserva na Seleção Belga. Após 46 partidas e dez gols, Benteke foi negociado com o Crystal Palace por 31 milhões de euros. Lá anotou 17 gols em 39 jogos – um deles contra o Liverpool, em Anfield.
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