10 meio-campistas para ficar de olho na Libertadores 2020

Depois dos defensores, a lista agora traz 10 meio-campistas para se acompanhar na Libertadores 2020

Ainda na campanha #JogueEmCasa, o Footure dá seguimento à série de atletas a serem observados durante a Libertadores 2020, que iniciou com os defensores e agora parte para o núcleo cognitivo do jogo: o meio-campo.

Confira também nossa live futeboleira sobre a Libertadores 2020

A competição sul-americana conta com nomes como Edenilson, Nacho Fernández, Pol Fernández, Carlos Sánchez, Gérson, Matheus Henrique e Bruno Henrique, mas não é desses jogadores consagrados que queremos falar no momento, e sim dos emergentes, de elencos pouco conhecidos no Brasil e que podem ser o presente e o futuro do futebol do continente. Vamos à lista?

#8 GABRIEL NEVES

Libertadores

Clube: Nacional-URU

Grupo F

Idade: 22 anos

Nacionalidade: Uruguaio

Altura: 1,71

Da linhagem de Arthur, Bruno Guimarães e Matheus Henrique, Gabriel Neves é um colírio aos olhos do torcedor brasileiro, que tanto preza por meio-campistas que sabem tratar bem a bola.

Mas também há o ônus da semelhança, principalmente com Matheusinho e Arthur. O uruguaio é baixo e possui pernas curtas, o que dificulta o deslocamento em grandes distâncias, uma necessidade ainda mais considerável para meio-campistas que pisam tanto no terço adversário, o seu caso.

Postado na linha de meio, Neves não é um marcador ruim, exercendo boa pressão no portador da bola e executando ações em sequência com eficiência nas disputas de bola.

Mas o que mais impressiona no uruguaio é a união entre a qualidade técnica e a leitura tática quando possui a bola.

Neves auxilia na distribuição de jogo desde o início da transição ofensiva, tem facilidade para associar com os companheiros em jogadas curtas e possui um controle orientado de bola muito natural, sempre com a cabeça erguida, se movimentando muito nas trocas de passes e buscando o passe ativo sempre a partir da sua ótima visão de jogo.

O meio-campista também possui um excelente primeiro toque, posicionando a bola de forma orientada para dar sequência à jogada, sem carregá-la desnecessariamente ou abusar dos passes improdutivos taticamente.

Na medida que vem evoluindo, Neves também tem passado a pisar mais no último terço do campo, participando das jogadas mais próximas da área adversária, como ficou evidente no jogo contra o Estudiantes de Mérida, inclusive provendo a assistência para o gol do jogo, de Felipe Carballo.

Próximo dos 23 anos e com a questão física como um fator preponderante para inviabilizar uma oportunidade em uma grande liga europeia, Gabriel Neves tem de estar no radar dos clubes brasileiros na Libertadores 2020. O uruguaio é a cara do futebol brasileiro e nosso encantamento recente com Arthur, Bruno Guimarães e Matheus Henrique é a prova cabal.

#10 ANDRÉS RICAURTE

Clube: Independiente Medellín

Grupo H

Idade: 28 anos

Nacionalidade: Colombiano

Altura: 1,82

Relativamente desconhecido mesmo no futebol colombiano até alguns anos atrás, Andrés Ricaurte despontou tardiamente e vive hoje o ápice da carreira no Independiente Medellín.

Apesar das derrotas, foi quem mais chamou atenção nos dois primeiros jogos do DIM na Libertadores 2020, contra Libertad e Boca Juniors.

Apesar de canhoto e de atuar mais na base das jogadas, lembra um pouco o porte físico e a qualidade técnica do conterrâneo Edwin Cardona.

Ricaurte tem um talento natural para tratar a bola com sua perna esquerda. A técnica aliada ao porte físico e à habilidade em usá-lo, permitem ao meio-campista girar bem pra cima dos adversários e se desvencilhar com contundência das zonas de pressão.

Também oferece opção de bolas paradas e chute de média e longa distâncias.

Tem qualidade no passe curto para circular a bola e distribuir a partir de atrás, mas sempre busca o passe vertical quando enxerga a oportunidade, seja por baixo ou pelo alto, por isso se destaca tanto jogando de frente com campo para ajudar o time a progredir e tem atuado mais na base das jogadas, apesar de também ter características de camisa 10, podendo jogar de costas para o gol rival.

Na marcação, Ricaurte tenta compensar a lentidão e dificuldade de percorrer grandes distâncias e atuar em zonas de cobertura com o bom posicionamento e a inteligência para identificar linhas de passe adversárias.

Mentalmente, é um líder natural e atual capitão do Medellín. Sua tomada de decisão, concentração e criatividade também sugerem uma boa capacidade de lidar com situações de pressão.

No auge da maturidade, Andrés Ricaurte desponta como uma das alternativas mais interessantes desta Libertadores para quem procura um organizador de jogo para o curto/médio prazo.

#19 LEONEL MIRANDA

Clube: Racing

Grupo F

Idade: 26 anos

Nacionalidade: Argentino

Altura: 1,73

Outro da lista a estourar tarde, Leonel Miranda se destacou recentemente nas boas campanhas do Defensa y Justicia e, após um semestre emprestado ao Tijuana, voltou à Argentina para se reunir novamente com Sebastián Beccacece, seu técnico no Defensa.

Majoritariamente usado como médio no 4-1-4-1 de Beccacece, Miranda também tem servido de alternativa a Marcelo Díaz, exercendo a função primeiro volante – ou 5, como se fala na Argentina – em algumas oportunidades, sua função mais comum quando ainda atuava pelo Defensa.

Miranda possui boa técnica de marcação e leitura tática do jogo na fase defensiva que o permitem ser um defensor de qualidade mesmo com as limitações físicas para exercer longos deslocamentos em velocidade e para obter vantagem em disputas corporais. A baixa estatura também é um limitador nos duelos aéreos.

Com bola, Miranda tem um tempo para o passe curto bastante apurado, está sempre em movimentação para atacar os espaços vazios e associar nas jogadas de meio-campo, além de primar pelo passe vertical.

Em um time como o Racing, taticamente maduro e com jogadores acima da média neste quesito, o trabalho de meio-campistas com qualidade no passe ativo é bastante facilitado e Miranda se aproveita disso com louvor.

Tecnicamente, tem bom controle orientado da bola e sai com naturalidade das zonas de pressão, seja com passe rápido, giro ou drible.

Leonel Miranda é um meio-campista versátil e moldado para equipes que usam o jogo apoiado como modelo. É mais um destaque do Racing para ficar de olho quando o futebol voltar.

#8 ADRIAN ARREGUI

Clube: Independiente Medellín

Grupo H

Idade: 27 anos

Nacionalidade: Argentino

Altura: 1,75

Adrian Arregui é o cão de guarda do meio campo do Medellín, daqueles que sabem a hora de ladrar e não apenas latem com qualquer barulho de vento.

Argentino, Arregui é um 5 de baixa estatura e boa qualidade técnica, ao estilo Mascherano, Leo Ponzio e Guiñazu.

O volante do DIM exerce a saída limpa de sua equipe, buscando a bola entre os defensores para conduzir até mais próximo do meio-campo e iniciar a distribuição. Busca sempre o passe ativo mesmo em zonas de pressão e tem qualidade para tal, auxiliando Ricaurte na circulação e organização dos comandados de Aldo Bobadilla.

Pelas limitações físicas, apresenta dificuldade na disputa aérea e em grandes distâncias, mas é ótimo na antecipação e no 1×1 defensivo, demonstrando boa leitura de jogo na hora de defender.

Em alguns momentos, baixa a intensidade na segunda etapa, sobretudo quando seu time está atrás no placar, o que é indicativo de uma limitação mental que pode ter sido primordial para, apesar da ótima qualidade técnica, ter despontado tarde e precisado sair da Argentina para atuar em um clube de destaque no futebol sul-americano.

#8 NICOLÁS MILESI

Clube: Libertad

Grupo H

Idade: 27 anos

Nacionalidade: Uruguaio

Altura: 1,83

Dono de uma biotipia privilegiada, o uruguaio Nicolás Milesi é o equilíbrio do meio-campo do Libertad

Milesi atua como um volante de saída na equipe de Ramón Díaz, enquanto Alexander Mejía guarda posição e inicia a distribuição das jogadas. O uruguaio também se aproxima do colombiano para auxiliar na circulação, mas tem se posicionado mais no campo adversário.

Com bola, Milesi apresenta ótima técnica e naturalidade nos movimentos, se destacando tanto pelo passe curto quanto pelo longo. Na distribuição, prioriza o passe vertical e as viradas de jogo, logo é preponderante na quebra das linhas adversárias.

Para tanto, busca sempre fugir das zonas de pressão na intenção de ter mais campo para encaixar passes vencedores e viradas de jogo.

Talvez pela altura, apresenta um pouco de lentidão nas ações e excesso de cadência em algumas oportunidades que exigem maior agilidade na tomada de decisão.

Também oferece alternativas na bola parada e de infiltração no terço final, não tanto para finalizar, mas sobretudo para dar superioridade numérica e associar.

Sem passagem por grandes centros e seleções de base, Milesi é mais um talento tardio que se apresenta como uma oportunidade barata no mercado, se for comparado com um atleta semelhante em características e idade, como Andrés Ricaurte.

#10 FACUNDO PELLISTRI

Clube: Peñarol

Grupo C, com Athletico-PR

Idade: 18 anos

Nacionalidade: Uruguaio

Altura: 1,75

Uma das principais promessas do futebol uruguaio, Facundo Pellistri é uma das aposta de Diego Forlán para a Libertadores 2020.

Um extrema agressivo, mas também com características de criação, se encaixa mais como meia do que como atacante neste momento da carreira.

Dono de um controle de bola fino, Pellistri demonstra velocidade com a bola pelo flanco direito, onde atua majoritariamente, sempre buscando a associação com os companheiros para alguém se colocar em condições de cruzamento ou finalização.

Facundo gosta também de centralizar quando possui a bola, auxiliando na criação e utilizando sua capacidade de encontrar passes vencedores e o drible curto buscando a finalização de média distância.

A agilidade nas pernas combinada com a habilidade com a bola dão a Pellistri capacidade de vencer duelos ofensivos no um contra um, por vezes buscando a linha de fundo, de onde demonstra boa técnica de cruzamento com o pé direito, seja por baixo ou pelo alto.

Na fase defensiva, o carbonero se esforça para recompor e é agressivo para pressionar o portador da bola, mas tem dificuldades de manter a intensidade durante os noventa minutos.

Tempo para evoluir fisicamente e aprimorar a atuação defensiva não falta para o meia-atacante uruguaio. Aos 18 anos, inicia a primeira temporada nos profissionais desde o princípio e já chama atenção de grandes clubes europeus.

Uma ida cedo à Europa pode acelerar esta evolução e seu passaporte espanhol deve ser um facilitador.

#10 MATÍAS ROJAS

Clube: Racing

Grupo F

Idade: 24 anos

Nacionalidade: Paraguaio

Altura: 1,86

Um dos jogadores mais valorizados do futebol argentino desde 2019, Matías Rojas foi contratado pelo Racing junto ao Defensa y Justicia ainda sob o mandato de Eduardo Coudet na casamata da Academia, mas, em 2020, volta a se reunir com Sebastián Beccacece, seu comandante em Florencio Varela.

Cria da base do Cerro Porteño, o paraguaio é originalmente um camisa 10, mas, no Racing, tem atuado aberto pela esquerda ou como médio na trinca de meio-campo, posição que mais ocupou no Defensa, com Beccacece, e no Racing, com Coudet.

O refino técnico de Rojas e sua capacidade cognitiva são acima da média. Seu primeiro toque é sempre limpo e natural, orientando a bola para facilitar a continuidade das jogadas. Tem facilidade para trabalhar em zonas de pressão e inteligência para sair através de drible, giro e passe curto.

A visão de jogo é um aspecto essencial em seu jogo, mostrando capacidade para alcançar passes verticais e decisivos mais perto da área adversária, além de constantemente se movimentar para facilitar associações.

Tecnicamente, ainda apresenta drible curto e em progressão, além da qualidade para finalizações de fora e cruzamentos, sendo um dos responsáveis pela bola parada do Racing.

Defensivamente, aproveita o porte físico para recompor com rapidez e se posicionar satisfatoriamente nas linhas de marcação, além exercer pressão no adversário com intensidade, algo primordial do modelo do Racing desde os tempos de Coudet.

Algo que ainda falta ao Rojas do Racing e sobrava ao do Defensa é a presença mais frequente no terço ofensivo, principalmente pisando na área adversária para fazer gols. É algo que precisa ser aprimorado junto aos novos companheiros e tem tudo para ser facilitado com a contratação de Beccacece.

#18 ANDERSON CONTRERAS

Clube: Caracas

Grupo H

Idade: 19 anos

Nacionalidade: Venezuelano

Altura: 1,77

A evolução do futebol venezuelano tem alçado atletas daquele país à condição de observáveis dentro do continente. No Brasil, o sucesso recente de Otero e, principalmente Soteldo, diminuíram consideravelmente o preconceito com jogadores da Venezuela.

Anderson Contreras está apenas no seu segundo ano no elenco principal do Caracas e já chama atenção. Tem um biotipo distinto para atletas de sua posição e as passadas largas ajudam no deslocamento, sobretudo os mais longos.

Além disso, apresenta versatilidade para atuar tanto na base das jogadas quanto como um meia-ofensivo, ou segundo atacante, função que exerceu contra o Libertad e que aproveita mais para atacar espaços do que para procurar passes vencedores. Seu gol neste jogo foi justamente num movimento diagonal nas costas da defesa em que ofereceu profundidade e saiu de frente para o goleiro.

Nesta função, também maneja mais espaço para chutar a gol de fora da área com a perna esquerda, outra de suas características. A personalidade para buscar este tipo de jogada também indica um mental forte, assim como a inteligência para tomar decisões, seja de movimentos, passes, ou chutes.

O que ainda carece de aperfeiçoamento no jogo de Contreras é a intensidade durante os noventa minutos e uma movimentação maior para perto da bola, o que é essencial para um camisa 10.

Aos 19 anos e com pouquíssimos jogos competitivos na carreira, o que não falta é tempo para se aprimorar.

 #10 IVAN FRANCO

Ivan Franco (L) Paraguay’s Libertad vies for the ball with Guzman Pereira (C) of Uruguay’s Penarol during their 2018 Libertadores Cup football match at the Nicolas Leoz stadium in Asuncion, on April 18, 2018. (Photo by NORBERTO DUARTE / AFP)

Clube: Libertad

Grupo H

Idade: 19 anos

Nacionalidade: Paraguaio

Altura: 1,70

19 anos e já fardou a camiseta da seleção principal de seu país. Este é Ivan Franco, camisa 10 e titular do Libertad desde os 17.

Franco pode atuar como meia-ofensivo ou nas extremas. Isto sem bola, porque com ela sempre busca o centro como principal zona de atuação.

O paraguaio apresenta um bom primeiro toque, orientando o controle da bola. Tem capacidade técnica para conduzir com velocidade e buscar associações, ou o passe ativo que gera jogo em favor do seu time.

O drible curto também é um de seus atributos, mas que precisa ser melhor utilizado quando recebe a pressão de mais de um jogador adversário.

Por ter mais características de criação do que de ataque, buscando sempre o meio, sofre bastante nas disputas de corpo, já que fisicamente está com frequência em desvantagem contra os jogadores de defesa adversários.

A resistência física é o principal fator a ser lapidado na busca por uma oportunidade em alguma liga competitiva do futebol europeu.

#10 RODRIGO AMARAL

Clube: Nacional-URU

Grupo F

Idade: 23 anos

Nacionalidade: Uruguaio

Altura: 1,76

Com uma carreira contundente nas seleções de base do Uruguai, Rodrigo Amaral é um meia-atacante, daqueles mais atacante do que meia, como os antigos pontas-de-lança, que carrega a camisa 10 do Nacional e gosta do protagonismo. Seu estilo e características remetem a Thiago Neves, do Grêmio.

Tecnicamente, possui bom controle de bola e drible, sempre em progressão, além do chute de fora da área, que é uma das suas principais qualidades, já que tem uma perna esquerda calibrada, também usada nas cobranças de falta e escanteio.

Jogando atrás de Thiago Vecino, aproveita bastante os espaços gerados pelo garoto, que sai constantemente da referência, mas também sabe jogar de costas, usando a força para controlar a bola e girar ou associar.

Defensivamente, não tem muitas atribuições no sistema de Gustavo Múnua, além de cercar e pressionar a saída adversária.

A falta de competitividade e intensidade durante os 90 minutos pode ter sido fator preponderante para não ter tido oportunidades no futebol europeu até aqui.

Se superar essas dificuldades na Libertadores 2020, quando terá oportunidade de atuar em jogos competitivos em sequência, pode ser uma opção interessante para o mercado brasileiro, que larga sempre na frente quando a Europa deixa de ser uma opção.


Muitos nomes do Nacional na lista, né? Quer conhecer outros? Leia A vez dos jovens no Gran Parque Central

Conhece algum dos meio-campistas listados? Deixa sua impressão e cite algum que deixamos escapar.

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