NOVAS REGRAS E NOVAS ESTRATÉGIAS
Por Léo Gomide O último final de semana marcou o início do Campeonato Brasileiro já com a aplicação das novas regras para o jogo de futebol definidas pela International Board em 2 de março. Entre as mudanças que entraram em vigor está a cobrança do tiro de meta. Se antes era necessário a bola sair […]
Por Léo Gomide
O último final de semana marcou o início do Campeonato Brasileiro já com a aplicação das novas regras para o jogo de futebol definidas pela International Board em 2 de março.
Entre as mudanças que entraram em vigor está a cobrança do tiro de meta. Se antes era necessário a bola sair da grande área para estar em jogo, a partir de agora está excluída esta obrigatoriedade. Um defensor pode receber o passe do goleiro ou de outro companheiro dentro da grande área.
Mesmo em um campeonato em que o cenário é mais pragmático do que de se assumir riscos, a modificação aplicada pela IFAB deve ocasionar um acréscimo na qualidade do jogo.
Ao se posicionar para a nova saída curta no tiro de meta, um time visa atrair jogadores adversários para as proximidades da grande área, o que tende a criar espaços entre as linhas do oponente e a possibilidade de com passes verticais conseguir progredir no campo de forma mais rápida e aproveitando o espaço às costas da marcação adversária.
De forma estratégica o Athletico foi a exclusividade na tentativa de tirar proveito da mudança. O Furacão teve cinco tiros de meta na partida contra o Vasco e em três deles posicionou jogadores dentro da grande área na tentativa de subir a marcação e abrir espaços nos setores do time carioca. E tal plano de ação culminou no quarto gol marcado por Nikão. Depois de uma cobrança curta a equipe rubro-negra construiu a jogada para selar a vitória.
No geral*, 111 tiros de meta foram cobrados na rodada inaugural do Brasileirão, e, além do time de Tiago Nunes, pode ser observado apenas uma batida curta feita também por Fluminense, Fortaleza, Vasco e Santos, mas todos com o comportamento mais de agilizar o reinício do jogo do que aproveitar-se estrategicamente da situação.
Outro salto de qualidade poderá ser a necessidade de um goleiro com maior habilidade com os pés, para que se tornem definitivamente uma opção não só para defender a meta, mas também no início da construção das jogadas ofensivas, já que um passe mais longo e com precisão pode desequilibrar a marcação do rival.
Vimos uma nova regra, mas ainda com velhos hábitos. E o exemplo do Athletico-PR deve estimular ainda mais a discussão sobre a racionalização do calendário para uma melhora da qualidade do jogo.
Observação: a mensuração do número de tiros de meta na 1ª rodada foi feita através da plataforma INSTAT utilizando o recurso da mesma de Match in “ball in play mode”. O número acima não contabiliza a partida entre Bahia x Corinthians, não disponibilizada pela plataforma até a finalização do texto.
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