O MÉTODO SAMPAOLI
Por @maiiron_ Esqueça o Bielsismo. De fato Jorge Sampaoli é um “reprodutor de ideias”. Bebe da água de Cruyff, Guardiola, Ricardo La Volpe e Menotti. Sempre rodeado de bons auxiliares; antes com Sebástian Beccacece e agora com o fantástico Juanma Lillo (que vai ser debatido aqui no Footure em breve), Sampaoli é um dos treinadores […]
Por @maiiron_
Esqueça o Bielsismo. De fato Jorge Sampaoli é um “reprodutor de ideias”. Bebe da água de Cruyff, Guardiola, Ricardo La Volpe e Menotti. Sempre rodeado de bons auxiliares; antes com Sebástian Beccacece e agora com o fantástico Juanma Lillo (que vai ser debatido aqui no Footure em breve), Sampaoli é um dos treinadores da nova safra que parece ter como limite o céu.
Sabemos que a ideia de jogo nunca pode ser diferente do que o elenco pode te entregar, que querer propor jogo com jogadores prontos e preparados para ter contragolpe é um tiro no pé. Sampaoli chegou ao Sevilla e “resetou” o clube. Unai Emery, bicampeão da Europa League, é um mestre em controlar o jogo sem a bola e reagir. Sampaoli é o oposto. Com N’Zonzi, Mudo Vázquez, Nasri e Jovetic no setor de meio agregou toque. Com Lenglet e Pareja na defesa uma saída construída por baixo. Ainda chegou Walter Montoya, um “ponteiro” que o treinador gosta; faz o lado do campo, ataca e defende com a mesma qualidade.
Agora é hora de falar do método. Apontarei alguns conceitos claríssimos no jogo dos times treinados por Sampaoli, começando pelos conceitos ofensivos:
Saída estruturada: Sérgio Rico é o goleiro que mais toca na bola na atual La Liga. Tudo começa com ele, tirando a bola da zona de pressão. Se alguém sobe a marcação, ele encontra um companheiro na linha de meio ou nas laterais. A saída de três é um dos pilares do Sampaoli: um volante se alinha aos zagueiros, os laterais caem para dentro e os meias mais ofensivos se posicionam na entrelinha para o jogo progredir com qualidade.
Jogo apoiado: Um dos grandes legados de Bielsa no futebol foi o “futebol associativo” ou o jogo apoiado. O Sevilla sempre tem dois ou três jogadores acima da linha da bola; o que torna a progressão vertical e não lateralizada, como era no Tiki-Taka de Del Bosque na Espanha.
Verticalidade: Pouca gente nota, mas os times de Sampaoli também arriscam passes longos. Os jogadores que dão profundidade pelos lados são prioridades nos esquemas do argentino. Seja para arrastar um adversário para fora do posicionamento inicial, seja para gerar superioridade numérica no ataque.
Conceitos defensivos:
Perde-Pressiona: Sabe o jogo apoiado? Então, ele se justifica na hora de recuperar a bola. Por ter gente próxima, rodando a bola, os times do Sampaoli mal “correm atrás” de adversário quando perdem a bola. Com jogadores próximos fica mais fácil gerar superioridade numérica e pressionar a zona da bola.
Recomposição: Raramente os times de Sampaoli tomam gols de contragolpe. Mesmo com a pressão pós perda não funcionando, o time se reorganiza rapidamente na hora de defender.
Pressão alta: Sabe o “marca lá em cima e a gente corre menos atrás de adversário”? É isso. Marcando mais alto, o rival tende a “rifar” a bola e perder o domínio.
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