Os problemas do Borussia Dortmund
O time de Lucien Favre tem sofrido nas transições defensivas e bolas paradas durante a temporada da Bundesliga.
Depois de nove rodadas disputadas, o Borussia Dortmund ocupa a quinta posição da Bundesliga – apenas três pontos atrás do líder Mönchengladbach, diga-se. O conjunto aurinegro, bastante audacioso em suas contratações na última janela de transferências ao fazer aquisições como Julian Brandt, Thorgan Hazard, Nico Schulz e Mats Hummels, venceu apenas dois de seus últimos oitos jogos por todas as competições e não vai correspondendo às expectativas criadas neste início de temporada. O treinador suíço Lucien Favre, em seu segundo ano no clube, já está pressionado no cargo e não vai encontrando alternativas para solucionar os problemas da equipe.
O caso é que o Borussia possui problemas sérios para um postulante ao título do Campeonato Alemão. Se trata de uma equipe com pouca estrutura e de mecanismos ofensivos limitados que dependem, além das individualidades de suas peças, de determinados contextos para funcionar. O exemplo mais claro que temos disso é em relação ao conceito tático do terceiro homem, fundamento presente em todos os trabalhos de Favre, que consiste, sem ir mais longe, em uma jogada marcada por triangulações e uma série de combinações em uma faixa consideravelmente curta do campo. Neste sentido, o Dortmund está necessitando que o adversário “ofereça” o cenário ideal para que o time ative este conceito.
As pressões altas realizadas pelos adversários estão fazendo que o clube de Signal Iduna Park acuse problemas consideráveis na hora de iniciar jogadas. Nesta direção, os jogos contra Werder Bremen, Freiburg, Slavia Praha e o mais recente clássico do Vale do Ruhr diante do Schalke 04, são uma verdadeira amostra disso. No 4-2-3-1 de Lucien Favre, os zagueiros estão sendo pouco influentes com o esférico enquanto a dupla de meio-campistas dos jogos grandes, o belga Axel Witsel e o dinamarquês Thomas Delaney, tampouco realiza um bom trabalho em saída de bola. Witsel e Delaney não são especialistas nos primeiros toques sob pressão e não possuem condições técnicas necessárias (agilidade, velocidade e leitura) para criarem vantagens nestas situações.
Para chegar em terreno rival e gerar ocasiões, o Borussia Dortmund tem utilizado bastante o jogo exterior através de seus laterais e extremos, com especial destaque para atuações recentes do marroquino Achraf Hakimi, que tem atuado como lateral-direito ou extremo-esquerdo. Ao final, o Dortmund, assim como na última temporada, transmite suas melhores sensações ofensivas por meio de transições e contragolpes.
Sem a bola, o BVB tem feito boas apresentações em defesa posicional. Os problemas, no entanto, surgem nas transições defensivas e em momentos de bola parada defensiva. A marcação em zona do Borussia em lances de estratégia está sendo fracamente problemática para a equipe, que cedeu 43% de seus gols desta forma na última temporada – maior proporção entre as principais divisões da Alemanha. A média na atual temporada segue próxima: cinco dos 11 gols concedidos na Bundesliga surgiram de bola parada.
A verdade é que a paciência com Lucien Favre parece estar se esgotando no Signal Iduna Park, sobretudo depois dos 127 milhões de euros gastos na janela de transferências, algo incomum para um time alemão que não seja o Bayern München, e que reflete na ambição do clube de não deixar a Bundesliga escapar desta vez.
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