São Paulo melhora com três Crias de Cotia no meio-campo
Em um começo de ano conturbado, Rogério Ceni está rodando o elenco do São Paulo em busca de soluções. Três delas estão fazendo a diferença.
No início do ano, o São Paulo acumulou tropeços em casa e só venceu pela primeira vez na quinta rodada do Paulistão. Após algum tempo, treinamentos e muito rodízio, Rogério Ceni vai encontrando uma base e o Tricolor Paulista dá sinais de melhora. São três vitórias seguidas, incluindo o clássico contra o Corinthians, com muito destaque para três Crias de Cotia: Pablo Maia, Rodrigo Nestor e Gabriel Sara.
Naturalmente, o São Paulo tem enfrentado muitas defesas fechadas nesse princípio de temporada devido ao estadual. Apesar da dificuldade vista em algumas partidas, existe um padrão implementado por Ceni para criar linhas de passe e gerar jogo por dentro. Na iniciação das jogadas, a linha de quatro é mantida, com os laterais mais abertos e o um volante mais à frente. No campo de ataque, um verdadeiro pelotão, formado pelo 2° volante, o meia central e pelo menos um ponta, se coloca entre as linhas de meio e de defesa do rival, com Calleri prendendo os zagueiros. Um dos pontas pode atacar mais aberto para que Rafinha avance por dentro.
Com essa estrutura apresentada, podemos falar sobre três jogadores específicos que, em diferentes alturas do gramado, fazem o São Paulo progredir. Recém promovido ao time principal após fazer boa Copinha, Pablo Maia tomou conta da vaga de 1° volante. Posicionado na cabeça da área, vence 59% de suas disputas de bola e acerta 92% de seus passes. É o responsável por acionar os jogadores colocados na intermediária rival, seja por fora ou por dentro dependendo de onde estiverem os espaços, além de exercer papel importante no pós-perda e na recuperação de bola, dando volume de jogo.
Mais avançado, Rodrigo Nestor atua como 2° volante, se aproximando da linha de meias para se tornar o elo de ligação entre o bloco defensivo e o ofensivo. Com boa capacidade de condução e de jogar em espaço curto, busca triangulações nos arredores da área, finaliza de longe e tenta infiltrações. Aumenta a fluidez do jogo do São Paulo e é um dos poucos jogadores agudos e em forma para atacar espaços ou acelerar as jogadas.
Por fim, quem joga mais próximo do gol: Gabriel Sara. Sempre atuando como um meia que sai do lado do campo e flutua na entrelinha, é junto de Nestor, quem oferece a ruptura, quem infiltra e encontra soluções dentro da área adversária. Dono de boa técnica, se movimenta bastante por trás dos volantes rivais para receber a bola em um espaço vazio e com poucos toques se associar com quem está próximo. Pode tabelar com um ponta, um lateral, um meia, mas o importante é que ele toca curto e invade a área para finalizar.
O São Paulo tem um elenco jovem e um treinador cujo trabalho ainda é curto. Soma-se isso às conhecidas dificuldades do calendário do futebol brasileiro e temos um contexto difícil para o desenvolvimento de uma equipe. Portanto, ainda vemos um Tricolor que oscila, que tenta recuperar a forma física de alguns jogadores importantes e que precisa de mais atletas oferecendo soluções nas proximidades da área ofensiva. Ainda assim, as soluções já existentes passam por Pablo Maia, Rodrigo Nestor e Gabriel Sara.
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