Tottenham 1 x 1 United: um jogo de perspectivas diferentes
Ninguém saiu com o resultado que queria, mas um time se distanciou dos seus objetivos e o outro tem motivos para se animar.
Depois de quase 100 dias sem jogos, a Premier League voltou. Sem torcida, sem o clima que estamos acostumados a ver e com alguns atletas ainda ‘enferrujados’, o cenário certamente é diferente. Mas continua nos entregando boas partidas, como Tottenham 1 x 1 United nesta sexta-feira. O encontro de Mourinho com seu ex-clube já era visto como o principal evento da 28ª rodada e, de fato, correspondeu às expectativas.
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Até porque falamos das duas equipes que mais se beneficiaram da parada – se é que podemos dizer assim -, considerando o retorno de lesão de peças-chave. Dentro de campo, alguns desses jogadores foram fundamentais. Separei dois tópicos, um de cada time, para dissecar aqui na coluna.
1. O Tottenham precisa fazer mais
Os donos da casa não tiveram um desempenho exatamente ruim. Alguns aspectos foram positivos e, por certo tempo, conseguiram demonstrar um nível de competitividade que vinha faltando nos últimos meses. Mesmo assim, se colocarmos tudo na balança percebemos que foram muito mais minutos de pouca inspiração.
Quando os visitantes acertavam os passes vindo de trás e tinham uma mínima presença nas entrelinhas, conseguiam se aproximar do gol com facilidade e não por acaso Hugo Lloris foi o melhor em campo. E o acesso às zonas ofensivas foi extremamente limitado, com o gol sendo um lance isolado e De Gea praticamente não trabalhando – nem perto disso.
A ausência de Dele Alli, alvo de bolas diretas e ótimo parceiro para os pivôs de Harry Kane, pesou. Mas os spurs demonstram um baixo aproveitamento do material humano que têm e não podem se contentar com performances como a de ontem. Para brigar por Champions League, não só nessa temporada, precisam evoluir bastante.
2. A promisora dupla do Manchester United
Por boa parte desta campanha, ainda quando os comandados de Ole Gunnar Solskjaer colecionavam tropeços preocupantes, ficava a impressão de que faltava qualidade de primeiro nível para as atuações se transformarem em pontos. Por contusões ou pelo estado natural do elenco, peças de qualidade duvidosa como Jesse Lingard e Andreas Pereira tiveram mais minutos do que de fato deveriam e isso fazia a diferença na hora de furar alguma defesa bem postada.
Em janeiro, nos pés de Bruno Fernandes surgiu um grande indicativo de que essa tese era correta. Contratado junto ao Sporting, o português ainda não perdeu com a camisa vermelha e vem fazendo justamente o que o inglês e o brasileiro não faziam, armar com eficiência. E havia se criado uma enorme expectativa para vê-lo ao lado de Paul Pogba, que estava no departamento médico.
A amostra oferecida em Londres, apesar de ainda ser curta, foi suficiente para empolgar a torcida. O francês entrou no segundo tempo e mudou completamente o ritmo da partida, sendo uma presença gigantesca na criação e carregando seus companheiros para frente. O empate saiu após uma jogada individual maravilhosa diante de Eric Dier.
Mostrou sinais de entrosamento com o português e fez o United ter seus melhores momentos, progredindo no campo com facilidade e quebrando as linhas do adversário de diversas maneiras. Lançamento, drible e condução habilidosa e potente.
Enquanto Bruno continua impressionando com seu passe aguçado, visão e capacidade de tirar coelhos da cartola em diferentes situações. Além da ameaça constante de finalizações de média\longa distância ou infiltrações inteligentes na área. Após um primeiro turno inconstante e a necessidade visível de talentos superiores, a realidade no lado vermelho de Manchester pode ter um upgrade considerável.
Agora, o Tottenham se mantém distante das vagas europeias e precisa ganhar os próximos jogos se ainda quiser surpreender. O United, por sua vez, vai secar Chelsea e companhia, mas continua colado no top 4 e demonstra condições de alcançar resultados positivos nessa reta final.
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