Um jogador-sistema
No futebol, existem atletas de diversas naturezas. Entre eles, estão aqueles que se adaptam ao contexto e rendem seu melhor e outros que entram numa equipe e melhoram o rendimento dos companheiros. Paolo Guerrero entraria na segunda prateleira destas opções. O peruano, apesar do pouco tempo, encaixou como poucos poderiam no modelo de Odair Hellmann. É preciso entender, […]
No futebol, existem atletas de diversas naturezas. Entre eles, estão aqueles que se adaptam ao contexto e rendem seu melhor e outros que entram numa equipe e melhoram o rendimento dos companheiros. Paolo Guerrero entraria na segunda prateleira destas opções. O peruano, apesar do pouco tempo, encaixou como poucos poderiam no modelo de Odair Hellmann.
É preciso entender, além de tudo, que Guerrero nunca foi um centroavante artilheiro. Até sua chegada ao Inter, tinha a média de 0,4 gols por jogo. De qualquer forma, fica na cabeça do torcedor corinthiano, por exemplo, as exibições contra Al-Ahly e Chelsea no Mundial de Clubes 2012.
E por que seu encaixe tão rápido? Bem, o Inter de Odair atua no 1-4-3-3 utilizando um centroavante como pivô e as peças que o Inter dispõe funcionam melhor desta forma. Foi assim na Série B 2017 após a entrada de Leandro Damião, quando o time arrancou para retornar à primeira divisão. Após a saída do jogador – e com Guerrero suspenso – a equipe teve Rafael Sóbis mais adiantado. Sem o mesmo poder de retenção do camisa 9 colorado, a equipe rendia em contragolpes e apostava nas finalizações de Nico López.
A entrada de Paolo Guerrero mudou as coisas. Os lançamentos de Victor Cuesta, por exemplo, agora possuem um destino. A principal função de Guerrero nesta equipe é dar profundidade, mas também deixar os companheiros “respirarem” dominando a bola mais próximo ao centro do jogo e dando continuidade ao lançamento ou passes curtos dos defensores. Em média, são mais 7 duelos vencidos por partida.
O jogador virou centro da equipe (por isso a expressão jogador-sistema) e, inclusive, vimos uma “queda” de rendimento para Nico López que, ao invés de gerar jogo para si, começou a criar para seu companheiro partindo da esquerda.
Dentro do atual contexto, ele é o principal finalizador do time. O artilheiro com 13 gols em 23 jogos. Na média, são 2.3 finalizações por jogo para o jogador que precisa, em média, de 5 finalizações para marcar. Um número ótimo se comparado a outros jogadores que atuam na mesma função.
Apesar de falarmos sobre sua mobilidade para sair da área e dar continuidade as jogadas, é muito raro ver Paolo Guerrero fora dela quando o assunto são as finalizações. A busca pelo espaço nas costas do defensor é algo recorrente, vide os gols contra Nacional/URU, em Montevidéu, e Cruzeiro, na Copa do Brasil
Na final da Copa do Brasil, Guerrero sabe que terá poucas chances e precisará estar presente para marcar. Ele será importante, também, para segurar o ímpeto do Furacão dentro da Arena da Baixada.
Os treze gols de Paolo Guerrero no Inter:
Inter 2-0 Caxias (abriu o placar)
Inter 3-2 Palestino (fez o 2-0 e o 3-2)
Inter 2-1 Flamengo (abriu o placar)
Inter 3-1 Cruzeiro (fez o 2-1)
Inter 3-1 Paysandu (fez o 1-0 e o 3-1)
Inter 1-0 Paysandu (fez o gol)
Inter 2-0 Avaí (abriu o placar)
Inter 1-0 Nacional (fez o gol)
Inter 2-0 Nacional (fez o 2-0)
Inter 3-0 Cruzeiro (fez o 1-0 e o 2-0)
Na reta final da carreira, Paolo Guerrero tem a Copa do Brasil 2019 para fechar um de seus últimos anos com chave de ouro e o jogador-sistema de Odair Hellmann tem se mostrado afiado para tal.
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