A nova geração da Seleção Espanhola
Ansu Fati, Pau Torres, Ferran Torres, Oyarzabal e outros jovens começam a se destacar na Espanha de Luis Enrique pensando no futuro
Depois de golear a Alemanha por 6×0 no último jogo da Nations League, Seleção Espanhola se confirmou como uma forte concorrente ao título da Euro 2020 – que será realizada em 2021, fora da data estabelecida, devido à pandemia. A partida foi marcada pela afirmação de jovens jogadores dentro do contexto importante de uma seleção, e isso vem sendo uma ótima forma do país lidar com seus jovens jogadores sem maiores pressões.
Luis Enrique faz um trabalho consistente e de acordo com o que a Espanha precisa: competitividade e renovação. É certo que a última Copa do Mundo foi uma decepção, mas de acordo com o contexto – saída de Lopetegui em cima da hora – temos explicações plausíveis. A Euro está cada vez mais perto e chegar forte para a Copa do Mundo de 2022 é essencial.
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A renovação por parte do treinador é interessante em vista do que a equipe oferece no presente, mas além disso do que pode oferecer no futuro. É claro que comparações são apenas suposições de um bom trabalho atual, entretanto é notório os movimentos feitos por Lucho em busca de chances aos novos talentos de uma geração que promete.
A média de idade da equipe titular vem sendo menor que 27 anos a alguns jogos. Contra a Suiça, ainda pela fase de grupo da Nations League, a média chegou a ser de 25.7 anos. Ainda assim, na maioria das vezes, Sergio Ramos está em campo, o que acaba por puxar bastante essa média de idade já que o zagueiro tem 34 anos – ou seja, sem ele essa média seria ainda menor.
Os principais destaques da Seleção Espanhola
No último jogo, o maior destaque foi Ferrán Torres com um belo hat-trick e maiores impressões nas finalizações, punindo todos os erros que a Alemanha cometeu pelo lado esquerdo da defesa. Nos seus tempos de Valencia já era possível destacar maiores características e habilidades, mas o poder de decisão cresceu ainda mais no último ano.
A Espanha vinha sofrendo bastante para encontrar atacantes mais incisivos e que pudessem atuar pelos lados do campo sem perder características pontuais ao propor o jogo. E a melhor notícia possível é que esse estilo de jogador parece ainda mais presente nessa “nova geração”.
Ao acompanhar com mais veemência, fica nítido como Ferrán Torres (20) e Mikel Oyarzabal (23) são extremamente talentosos e com um grande futuro pela frente. Mas o melhor deles é que, ainda jovens, conseguem reproduzir na seleção principal performances dignas de jogadores já consolidados no futebol mundial.
Outro jogador que encaixa nesse conceito, e ainda mais jovem que os dois citados acima, é Ansu Fati (18). Seu primeiro ano com o Barcelona foi excelente e a versatilidade ainda tão jovem é até aqui sua maior forma de demonstrar com propriedade uma capacidade gigantesca de atuar no último terço do campo.
Talvez o maior talento saindo da La Masia nos últimos anos, o jovem culé consegue ser determinante atuando como atacante em qualquer função, e dentro da seleção essa flexibilidade provoca um teto sem muitos limites para um menino de 18 anos. O poder de decisão, mesmo com pouca experiência no cenário profissional, é fundamental para se firmar dentro de um clube como o Barcelona. Além disso, pode contribuir fielmente ao que Luis Enrique quer, mesmo em poucos jogos (4) com a seleção principal até aqui.
Outro setor importante é a defesa. Desde a aposentadoria de Piqué pela seleção, poucos zagueiros conseguiram se firmar ao lado de Sergio Ramos. Mas hoje podemos dizer que essa posição está cada vez mais dominada, e o nome da vez é Pau Torres. O canhoto do Villarreal vem conseguindo uma série de boas atuações com o submarino amarelo, e isso acaba acontecendo na seleção também. Com apenas 23 anos, é o mais próximo que chegamos de um zagueiro que consiga se destacar no principal papel de um defensor: defender, mas que também oferece saída de bola e visão de jogo – o que acarreta melhores construções desde a defesa.
A lateral também é uma posição que pede passagem, principalmente pelo lado esquerdo. Jordi Alba que vinha sendo a principal peça por lá completará 32 anos no próximo ano e desde 2019 não vem sendo convocado. Durante esse tempo, diversos jogadores foram testados. Com isso, temos alguns nomes como: José Gayá, Sergio Reguilón e Marc Cucurella. Os dois primeiros se destacando mais, com Regui conseguindo mais espaço no cenário entre clubes e Gayá ganhando cada vez mais espaço individual com o momento inconsistente que vive o Valencia.
No meio-campo temos a presença de Rodrigo (24), que, apesar de se transformado em um jogador menos determinante com Guardiola do que era com Simeone no Atleti, vem demonstrando na seleção melhores atributos desde a base da jogada, dominando o círculo central até situações sem a bola.
Dani Olmo (22) é outro que vem recebendo boas chances depois da sua estreia no fim do ano passado. Atuando tanto pelo meio quanto pelas pontas é um jogador facilmente adaptável em diversas funções. Fabián (24), Mikel Merino (24) e Marcos Llorente (25) são outros meias que se destacam no atual cenário.
Llorente vem de uma evolução e ajustes em sua função que o tornaram um jogador ainda mais completo, podendo ocupar qualquer faixa do campo ao realizar diversas funções – cabeça de área, volante distribuidor, atacante infiltrando e entre outras. Fabián cresce no contexto da seleção, se destacando mais por lá do que propriamente pelo Napoli.
Já Merino se fortalece dentro do contexto atual da Real, e vem sendo um dos maiores facilitadores dentro da equipe desde que foi contratado. Pensando no papel de Koke (28), é o melhor substituto possível nessa passada de bastão que deve acontecer nos próximos anos. Além dos citados, temos Dani Ceballos (24), bastante elogiado por Lucho no último ano, e que também vem recebendo minutos apesar de não ter sido convocado para os últimos três jogos.
É fato que Luis Enrique percebe o talento ao convocar e dar chances de fato aos menos experientes. Essa renovação a cada convocação é uma referência cada vez maior a um novo ciclo nas competições futuras.
A nova geração é recheada de talentos e peças com características pouco vista nos últimos cinco anos e faladas no decorrer deste texto. Esses jogadores se destacam dentro da La Liga e Lucho está sempre de olho. Com isso acabam sendo sustentados dentro do cenário europeu quando o sucesso acarreta o interesse de outros clubes no resto do continente.
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