NEYMAR: DE PRÍNCIPE A REI

Por @_GabrielCorrea e @RGomesRodrigues* A saída de Neymar proporciona corações divididos na Catalunha e a esperança do título da Liga dos Campeões na França. A maior contratação da história do futebol revela dois lados. Neymar deixa de ser o príncipe que esperava suceder o rei catalão para tomar o posto de rei da linda Paris. No lado blaugrana, […]

Por @_GabrielCorrea e @RGomesRodrigues*

A saída de Neymar proporciona corações divididos na Catalunha e a esperança do título da Liga dos Campeões na França. A maior contratação da história do futebol revela dois lados. Neymar deixa de ser o príncipe que esperava suceder o rei catalão para tomar o posto de rei da linda Paris. No lado blaugrana, a perda de um dos seus expoentes. Do outro, a chegada de um jogador capaz de elevar o patamar da equipe em nível mundial. Agora, quais as mudanças de fato veremos na temporada 2017/18 em ambas equipes?

O QUE MUDA EM BARCELONA

O clube catalão perde seu presente e futuro. Com apenas 25 anos, o camisa 11 ainda não chegou em seu auge físico e técnico, enquanto o Barça vê seus principais jogadores chegarem na casa dos trinta: Messi (30), Suárez (30), Piqué (30), Iniesta (33). Talvez seja um dos meses mais importantes da história do clube catalão.

Neymar é do tipo de jogador único. É o terceiro melhor jogador do mundo atrás de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Sua chegada no Barcelona teve um impacto brutal no estilo de jogo do clube e a presença de Suárez trouxe o início do MSN, um dos tridents mais mortais do futebol. Juntos, conquistaram um Sextete. Mas deixaram de lado algo que era o Jogo Posicional de Cruyff e aperfeiçoado por Guardiola. O Barcelona tem duas oportunidades nessa janela de transferências.

Encontrar novos “sócios” para Leo Messi

Buscar atletas que possam oferecer o melhor contexto de jogo para o argentino. Foi assim com Xavi, Daniel Alves, Pedro, Henry, Fàbregas, David Villa e Alexis Sanchez. Sabemos da capacidade de decisão do argentino em uma equipe coletiva. Dinheiro em caixa não vai faltar, afinal, estamos falando de 222 milhões de euros disponíveis nos cofres, sem contar a futura venda de alguns jogadores.

FC Barcelona v Real Racing Club - Liga BBVA

Pensando na formação de um grupo e assim foi feito com o atual Real Madrid, o Barcelona deve ir atrás de peças para compor o meio de campo. Jogadores associativos a Leo Messi como Eriksen e Seri seriam ideais. O primeiro, um interior de toque e que poderia atuar ao lado de Iniesta. O segundo, complete muitos metros, tem qualidade na saída de bola e poderia ser, num primeiro momento, uma especie de Keita de Guardiola.

Buscar o sucessor de Leo Messi

A segunda opção do Barcelona é trazer outro par de jogadores estilo Neymar e que podem dominar o Barcelona na era pós-Messi, seria a manutenção de um estilo diferente da cara do clube. Assim como foi Ronaldinho para Messi,

Um nome que poderia fazer isso é Eden Hazard. Já com 25 anos, experimentado na Liga dos Campeões seria um parceiro para diminuir a pressão sobre Messi. O Barcelona teria que desembolsar um alto valor pelo atleta. Já falamos sobre Dybala. É verdade que o argentino pela Seleção em outro posicionamento, mas o Barcelona teria que mudar sua estrtutura para encaixe. O melhor seris sua chegada em outro momento. Quem sabe na transição de Messi para a posição de 10 ou voltando ao 9, enfim.

O Barcelona terá que escolher. Criar um contexto favorável para Messi e voltar a explorar “apenas” toda a genialidade do 10. Voltar a encontrar seus Busquets, Xavis e Iniestas. Ou poderá contratar um outro Neymar. Jogadores com capacidade de desequilibrio técnico em jogos onde Messi não estiver com 100% de sua capacidade física e técnica. Que comecem os jogos…

Rezl Madrid 05/06 Barcelona 05/06


O QUE MUDA EM PARIS

É impossível mensurar o tamanho da contratação de Neymar por parte do Paris Saint-Germain. A chegada do brasileiro ao PSG cumpre com o plano desde que os homens do Catar assumiram o controle e satisfaz a ambição do clube em contratar uma grande estrela do futebol mundial.

Mas, antes de pensar em Neymar, é necessário entender a situação recente do clube. A primeira temporada do Paris com Unai Emery não foi das mais agradáveis em relação aos resultados pela equipe ter perdido a sua hegemonia na França, vendo o Monaco ser campeão da Ligue 1, e ter recebido um golpe de realidade com a eliminação da UEFA Champions League, após ter sido vítima do Barcelona na histórica “remontada”.

Como esteve o PSG nos últimos meses

Os motivos para explicar tal queda de rendimento do Paris Saint-Germain são vários e diversas razões foram colocadas na França ao longo da temporada passada para justificar o insucesso do período pós-Ibrahimovic, como os problemas de comando na diretoria para estruturar o clube após a saída do sueco e as dificuldades enfrentadas por Emery em relação ao seus jogadores fora do campo. Mas, tratando de futebol, podemos chegar a duas conclusões: a primeira diz a respeito às limitações técnicas e mentais do elenco, que não estão sendo capazes de corresponder às exigências e executar com maior efetividade o plano de Unai em campo. Já a segunda tem relação com a falta de profissionalismo de certos jogadores, o que mina todo o trabalho desde o começo.

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Partindo desde ponto, o PSG resolveu mexer em sua direção e contratou Antero Henrique. Antero cresceu até conquistar o cargo de Diretor Esportivo trabalhando no Futebol Clube do Porto de 1990 até 2016. Com todo o seu conhecimento, é tido como um dos principais responsáveis pelo sucesso do PSG na negociação com Neymar e está estabelecendo a ordem perdida pelos parisienses nos últimos anos, situação que culminou no fracasso esportivo testemunhado por todos na última temporada.

E é aí que entra Neymar como o principal trunfo desse novo período do clube da capital francesa. Enquanto o Barcelona já pensa em substitutos para suprir a saída do brasileiro de forma concreta, existem mais dúvidas do que certeza sobre como o antigo jogador do Barcelona será encaixado como jogador na equipe do PSG.

O futebol do PSG sem e com Neymar

Em entrevista recente ao L’Équipe, Unai Emery deixou claro que não efetuaria uma mudança brusca de esquema e disse que suas opções não serão outras além do 4-3-3 e do 4-2-3-1. Neymar, no Barcelona, foi o habitual extremo pela esquerda, com responsabilidades defensivas importantes para cumprir com o coletivo culé e que, de uma forma ou outra, acabam minando toda a capacidade do jogador de influenciar a equipe como um todo.

A questão, partindo dos problemas futebolísticos da equipe de Emery, é que o Paris já mostrou problemas para fazer seu jogo dentro do campo rival pela forma como estrutura seus meio-campistas, muitas vezes juntos na mesma zona do campo e posicionados atrás ou na mesma faixa da linha da bola. Por isso, não é surpresa que o clube enfrente dificuldades para somar ocasiões e gols mesmo controlando e tendo domínio da bola em boa parte dos confrontos.

Principalmente no âmbito local, onde algumas equipes tem noção de que é até melhor assumir uma postura passiva e convidativa e deixar o PSG com essa falsa sensação de mandar no jogo antes de punir os parisienses com contra-ataques mortais partindo para correr em campo aberto e aproveitar mais das dúvidas do que das certezas que alguns jogadores passam em campo, podendo citar a situação de Kevin Trapp e Alphonse Areola na hierarquia como goleiros titulares do clube, como exemplo.

Com isso, é possível imaginar o brasileiro sendo colocado num contexto mais tradicional, posicionado no lado esquerdo, com seu hábito recente adquirido no Barcelona de recuar para pedir a bola no pé e partir de zonas distantes da área rival, para progredir ao conduzir com o recurso do drible e assim produzir futebol por conta própria, sendo apoiado por jogadores como Thiago Motta e Marco Verratti.

Mas, ao tratar do PSG de Unai, falamos de um papel diferente atribuído aos extremos (função que foi muito bem executada por Ángel Di María na reta final da temporada). Em vez de se posicionarem abertos e recuados, atacando a organização defensiva rival desde fora do bloco, os extremos do Paris possuem a tendência de partir para zonas mais centrais, para acumular pernas mais perto do gol adversário e abrir espaço nos lados do campo para o avanço dos laterais se projetarem e serem profundos.

Com isso, há a possibilidade da mudança de Neymar para o centro do campo, zona em que a equipe lida com problemas para ter jogadores realmente ativos e posicionados em quantidade para causar desequilíbrios posicionais. Muito por conta das limitações de Edinson Cavani ao deixar a área e ser peça relevante ao construir e criar e pelo hábito dos meias estarem posicionados sempre perto da bola e deixarem de ser apoios em zonas mais adiantadas, atrás das linhas defensivas do rival, seja para atrair e fixar marcadores ou para serem acionados em pontos futuros.

Partindo da intenção de se tornar protagonista, visando Bola de Ouro e outros prêmios que adicionam peso ao currículo e são parte da transformação definitiva de Neymar em um jogador do tamanho de Cristiano Ronaldo e Messi, está aí um caminho possível para o jogador no Paris Saint-Germain. E, como Zlatan Ibrahimovic foi um dia, o atacante de 25 anos tem o poder de solucionar problemas por conta própria e ser influente o suficiente para se tornar resposta das dúvidas que surgiram em Paris ao longo da última temporada.

*Renato Gomes Rodrigues (@RGomesRodrigues) é estudante de Comunicação Social, escreve no O CentroCampismo e colabora para o Le Podcast du Foot do Europa Football

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