PERSPECTIVA TÁTICA – A NOVA REGRA DO TIRO DE META SEM A POSSE DA BOLA
Por André Andrade No início do ano, foram definidas mudanças nas regras do futebol pela International Board. Dentre elas, a mudança com relação a cobrança do tiro de meta. Antes, era necessário a bola sair da grande área para estar em jogo. A partir da mudança, a bola está em jogo assim que se executa o primeiro […]
Por André Andrade
No início do ano, foram definidas mudanças nas regras do futebol pela International Board. Dentre elas, a mudança com relação a cobrança do tiro de meta. Antes, era necessário a bola sair da grande área para estar em jogo. A partir da mudança, a bola está em jogo assim que se executa o primeiro toque. Assim sendo, os jogadores do time com a posse podem receber o passe dentro da área. Já na equipe que está sem a posse, seus jogadores devem ficar fora da grande área até que a bola seja colocada no jogo.
Leia também: Perspectiva tática – A nova regra do tiro de meta COM a posse de bola
Já é possível ver equipes se adaptando as novas regras na saída de bola. Na segunda parte desta análise, iremos apresentar os modelos das equipes quando estão SEM a bola.
EQUIPE SEM A POSSE DE BOLA, DEFENDENDO A AÇÃO DE TIRO DE META
Se escolhe pressionar ativamente:
ORIENTAÇÃO CORPORAL
Deve-se treinar de modo que o jogador possa reconhecer qual orientação corporal facilita sua situação no jogo e permite um melhor sucesso em ações de pressão, de fechar linhas de passe e de ocupação de espaço também em relação a bola, a seus companheiros e ao adversário.
FECHAMENTO DE LINHAS DE PASSE
Os jogadores devem se preocupar com o fechamento de linhas de passe perto do portador da bola, de maneira a limitar suas opções e também seu espaço-tempo com bola. Longe da bola o foco deve ser no controle do espaço e do oponente também, zagueiros por exemplo, devem realizar ações de vigilância em cima dos adversários.
CONTROLE DO ESPAÇO E DA PROFUNDIDADE
Os jogadores devem tentar controlar os espaços mais próximos a bola e principalmente as entrelinhas, e tentar manter o time sempre compacto em campo, e por mais que o adversário tente, não deve oferecer muita profundidade, subindo assim a linha de marcação e reduzindo as distâncias entre o primeiro e último jogador. O controle de espaço e de profundidade pode ter também a participação do goleiro jogando fora da área ou extremamente adiantado, como já vimos Neuer fazer muitas vezes, atuando como um “líbero” por trás da linha de defesa.
DIFERENCIAÇÃO DE BOLA COBERTA E DESCOBERTA
Basicamente os termos se referem a:
Bola coberta é quando o adversário que tem a bola e tenta fazer o passe ou progredir a jogada é pressionado.
Bola descoberta é quando o adversário que tem a bola e tenta fazer o passe ou progredir a jogada não está pressionado, portanto tem mais tempo e espaço.
Manutenção da profundidade e associação rápida CAP e exemplo negativo do FLA em bola descoberta
De acordo com cada situação, as linhas de defesa – principalmente a última linha – devem se comportar de modos diferentes visando a orientação corporal de seus jogadores os movimentos. É normal quando se tem uma bola coberta, a linha subir para compactar e reduzir o espaço com as seguintes linhas do time.
Já quando se existe uma bola descoberta, a atenção deve ser redobrada e o posicionamento dos jogadores também, o foco passa tanto por retirar o tempo-espaço e conforto do jogador rival com a bola, mas também principalmente a defender o espaço (geralmente grande) as costas da linha defensiva.
PROTEÇÃO DOS ESPAÇOS ENTRELINHAS
A proteção dos espaços entrelinhas configura-se como peça-chave em uma pressão alta estruturada contra um adversário que busca sair com posse de bola utilizando-se da nova regra de tiro de meta, visto que dessa forma se a equipe conseguir se manter compacta e manter a estrutura, será muito mais difícil do adversário penetrar. Caso a equipe ceda muitos espaços entrelinhas será mais fácil o adversário superar a pressão e progredir com a jogada.
De tal modo, a equipe que tem a posse de bola tem mais vantagens em minha opinião, visto que pode planejar o que irá acontecer – até certo ponto -, e pode tentar impor algumas condições ao oponente que terá que defender uma área muito grande do campo se escolher pressionar alto. Se não pressionar, cederá o controle instantâneo da posse de bola ao adversário e desse modo pode ter bastante problemas se o adversário tiver intenção em posse e uma ideia clara de como gerar situações vantajosas.
Será bem interessante continuar acompanhando as adaptações a nova regra do tiro de meta que a temporada brasileira já está trazendo, e em breve com o início da temporada europeia, acredito que teremos vários times apostando na ideia e também tentando cancelar as ideias dos adversários, com muitos mecanismos utilizados .
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