Guia do Brasileirão 2020 - Atlético Mineiro

O Campeonato Brasileiro 2020 está prestes a iniciar, por isso o Footure reuniu sua equipe e analisou as 20 equipes que disputam o torneio nesta temporada em parceria com as redes sociais do Brasileirao. Por ordem alfabética, o terceiro dia do Guia tem foco no Atlético Mineiro

Expectativas não faltam à Massa Atleticana para a temporada 2020. O alto investimento para a chegada de Jorge Sampaoli e a contratação de praticamente um time inteiro, com uma pitada de saudades após a grande pausa devido à quarentena, são os principais motivos. O torcedor não vê o Atlético Mineiro em campo oficialmente desde o dia 14 de março, e, com isso, surge uma apreensão: o que podemos esperar dessa equipe?

O retorno antecipado aos treinos permite um tempo a mais de maturação do novo modelo de jogo trazido por Sampaoli e sua comissão. Contudo, o Atlético é um time extremamente jovem, em início de projeto. Com isso, é importante entendermos que nem todos os mecanismos, gatilhos e movimentações estarão 100% para o início do campeonato. Apesar disso, é possível ser otimista. O novo treinador empolga a torcida falando do retorno ao estilo “Galo Doido” e, principalmente, por ser capaz de, mesmo com pouco tempo, implementar sua filosofia de jogo, como fez no Santos.

O time base do Atlético Mineiro
Formação base: Rafael; Guga, Rabello, Alonso, Arana; Allan; Jair/Sena, Nathan/Franco; Savarino, Marrony e Keno

AGRESSIVO PARA ATACAR

Quando falamos desse modelo de jogo precisamos pontuar: de que modelo e de qual Galo estamos falando? Para o Brasileirão 2020, podemos esperar um time extremamente agressivo e organizado ofensivamente. Conhecendo Sampaoli, e pelo que já foi visto durante os treinamentos, deve partir de um modelo de ataque posicional com os pontas dando amplitude e muitos jogadores no entrelinhas adversário (pontas, atacante e possivelmente 1 ou  2 meias), postando o time em um 2-3-5 no campo de ataque.

Na base da jogada será possível ver uma novidade em relação ao que era trazido por Dudamel: caso siga o que construiu no Santos podemos ver um dos laterais auxiliando na saída de bola enquanto o outro se posiciona as costas dos atacantes para ajudar na quebra de linhas. E não nos esqueçamos dos goleiro, seja ele Rafael, Victor ou qualquer outro, ele será exigido com os pés para auxiliar na leitura de espaços para lançamentos e para geração de superioridade contra uma pressão alta adversária.

Mas um fato é certo: devemos ver muitos testes e variações nesse Atlético. Será possível ver desde Allan descendo para fazer a saída de bola, como Alonso como lateral-esquerdo se alinhando a dupla de zaga. Além de podermos esperar meias controladores e infiltradores se alternando entre a base e as corridas para dentro da área.

INTENSO NA HORA DE DEFENDER

Defensivamente não há dúvidas: O Atlético de 2020 será um time de muita intensidade no pós-perda e esse deve ser o principal ponto de atenção ao longo da temporada. Quando perguntado sobre o modelo de treinos do novo treinador, o meia Hyoran destacou a intensidade e a necessidade de olhar para a defesa mesmo quando se está com a bola.

Com isso podemos esperar um time que preze pela posse e portanto suba sua marcação para roubar no pós-perda com o objetivo de recuperar a bola mais próximo do gol adversário ou forçar o erro para retomar o domínio. Contudo isso precisa ser muito bem coordenado, como vimos na última temporada. Em caso de falha, a defesa estará extremamente exposta e com isso precisará contar com defensores velozes para correr contra o prejuízo.

Dentre todas as contratações, Keno e Alonso certamente são as que brilham mais os olhos do atleticano. O primeiro pela qualidade de drible no 1 contra 1, que será extremamente importante com a amplitude exigida pelo argentino e o segundo pela liderança e por possuir características diversificadas.

A pedido de Jorge Sampaoli, o zagueiro Junior Alonso chega para ser um dos jogadores fundamentais para o modelo da equipe (Dados: WyScout)

O “xerife” paraguaio chega para ser um zagueiro que não só exerce muita pressão quando sem a bola, como um jogador que sabe sair jogando e coordenar as ações defensivas. No Boca Juniors mostrou-se também como um lateral criativo, que se alinha aos zagueiros para facilitar a saída de bola. No Lille, com Bielsa, foi criativo e mostrou sua capacidade de romper a primeira (e até a segunda) linha de pressão adversária.

ESPERANÇA NA BRIGA PELO TÍTULO

Desta forma, por mais que a temporada esteja rodeada de incertezas, as expectativas são as melhores possíveis. Sampaoli traz consigo um modelo de muito trabalho e rápida adaptação as circunstâncias. O tempo a mais nos treinamentos e o apoio dos atletas certamente agregam a tudo isso. Portanto, não seria surreal imaginar o Galo na briga pelo título da competição. Por outro lado ainda falta consolidação do projeto se comparado a outros clubes, por isso, de forma realista vale cravar o Atlético como forte candidato a se classificar (de forma direta) a Libertadores!


LEIA A ANÁLISE DOS OUTROS CLUBES

Athletico Paranaense; Atlético Goianiense; Bahia; Botafogo; Ceará; Corinthians; Coritiba; Flamengo; Fluminense; Fortaleza; Goiás; Grêmio; Internacional; Palmeiras; Red Bull Bragantino; Santos; São Paulo; Sport Recife e Vasco da Gama (05/08)

Compartilhe

Comente!

2 comentários

  1. A característica que é a maior virtude do Sampaoli, também está associada a seu maior defeito. Os times do argentino são intensos e agressivos em todos os momentos do jogo. Além disso, são extremamente imprevisíveis e organizados em campo. Para o galo, isso é uma grande evolução no estilo de jogo que vive no imaginário do torcedor. O “galo doido” sempre foi intenso e agressivo, mas nunca imprevisível e organizado. A agressividade para atacar era toda aplicada na força do chutão, e na força do pulo de quem iria subir para dar aquela casquinha. A intensidade para roubar a bola era toda aplicada em perseguir o jogador rival, mesmo que isso arrebentasse com o sistema defensivo da equipe. O “galo doido” tentou se libertar de suas loucuras com Aguirre e Roger Machado, mas a tentativa de organizar a equipe sucumbiu, diante de maus resultados e um julgamento de muitos de que o galo nasceu para ser doido mesmo. Com Sampaoli, o galo continuara sendo muito doido. Agressivo e intenso como talvez nunca antes foi. Mas, dessa vez, será também um time imprevisível e muito organizado. Será ofensivo sempre, mas as estratégias serão focadas em cada jogo. A certeza é de muito volume de jogo, muita velocidade na frente, muita troca de passes e muitas finalizações. Não será perfeito. O torcedor pode se acostumar com sustos em contra ataques rivais. Por isso, Sampaoli tem em suas virtudes, seus maiores defeitos. Sua imprevisibilidade, nem sempre é certeira, sendo as vezes traiçoeira. De todo modo, o galo doido com certeza estará plenamente vivo e evoluído.

  2. Conteúdo excelente, assim como o das análises anteriores. Mas só uma correção:

    INTENSO NA HORA DE DEFENDER

    Defensivamente não há dúvidas: O Atlético de 2020 será um time de muita intensidade no pós-perda e esse deve ser o principal ponto de atenção ao longo da temporada. Quando perguntado sobre o modelo de treinos do novo treinador, o meia Hyoran destacou a intensidade e a necessidade de olhar para a defesa mesmo quando se está com a bola.

    Com isso podemos esperar um time que preze pela posse e portanto suba sua marcação para roubar no pós-perda com o objetivo de recuperar a bola mais próximo do gol adversário ou forçar o erro para retomar o domínio. Contudo isso precisa ser muito bem coordenado, como vimos na última temporada. Em caso de falha, a defesa estará extremamente exposta e com isso precisará de (ESSE “DE” NÃO EXISTE) contar com defensores velozes para correr contra o prejuízo.

Tem algo a dizer?