Guia do Brasileirão 2020 - Botafogo
O Campeonato Brasileiro 2020 está prestes a iniciar, por isso o Footure reuniu sua equipe e analisou as 20 equipes que disputam o torneio nesta temporada em parceria com as redes sociais do Brasileirao. Por ordem alfabética, o quinto dia do Guia tem foco no Botafogo
Depois de um Campeonato Estadual muito irregular e os mesmos problemas financeiros das últimas temporadas impedindo a montagem de um elenco melhor, o Botafogo chega ao Brasileirão 2020 com algumas esperanças.
A primeira delas está depositada na dupla de gringos. Honda e Kalou dão um ar mais globalizado ao Glorioso. Mesmo já bem experientes, podem acrescentar ao time que Paulo Autuori começa a montar. A segunda esperança é o treinador campeão pelo clube em 1995 e detentor de conceitos bem nítidos de jogo. A terceira, a presença de alguns jovens talentosos oriundos da base no time titular.
O CRAQUE DO MEIO-CAMPO E A PROMESSA NO ATAQUE
Mesmo com apenas quatro jogos com a camisa do clube, o japonês Keisuke Honda deu mostras que pode ser o “cara” do time. Nunca foi um jogador tão intenso, e os 34 anos acabam evidenciando ainda mais isso. A questão, porém, é aquilo que oferece em termos de construção de jogadas. Possui um passe qualificado e na maioria das vezes vertical. Torna simples o que muitos jogadores de meio-campo têm dificuldades: trabalhar em espaços curtos e “quebrar” linhas com bons passes. Numa equipe que busca propor o jogo e trabalhar bem a bola como prioridade, será fundamental.
Sucateada em tempos recentes, a base do Botafogo voltou a revelar bons jogadores nos últimos anos, e três atletas oriundos de lá começam a se destacar no time titular. O zagueiro Kanu, o volante Caio Alexandre e o ponta Luís Henrique.
Kanu demorou um pouco mais a ganhar chances. Tem 23 anos e possui técnica para boas saídas de bola, bom desempenho no jogo aéreo e velocidade. Caio completou 21 anos em fevereiro e é dono de ótimo passe e visão de jogo. Possui um chute potente de média distância também. Precisa melhorar um pouco o posicionamento defensivo e as “tomadas de decisão” em situações adversas. Já Luis Henrique é o mais jovem e promissor. Apenas 18 anos. Forte e rápido. Boa condução de bola em velocidade e capacidade de infiltração na área. Precisa melhorar a finalização. Boa “tomada de decisão” para a idade que tem.
COMO ATACA O BOTAFOGO
Autuori tem como premissa neste Botafogo a manutenção da posse de bola para controlar a maioria dos jogos. Para isso, gosta que sua equipe trabalhe com passes curtos desde a defesa. Recua Caio Alexandre para fazer a saída entre os zagueiros, projeta os laterais dando amplitude no campo ofensivo, deixa Honda e Bruno Nazário em ‘’alturas’’ diferentes no centro do campo, faz a flutuação dos pontas dos lados para o centro e deixa Pedro Raul na referência.
A ideia principal é gerar triangulações pelos lados para ganhar a linha de fundo. Os pontas, perto da área adversária, atacam o espaço em profundidade do meio para os lados, em diagonal, ou se oferecem para tabelar com os laterais. Honda e Bruno Nazário encostam para gerar a triangulação. As inversões longas dos zagueiros ou de Caio Alexandre buscando os laterais do lado oposto também são bem utilizadas, assim como bolas mais diretas para Pedro Raul se impor fisicamente.
COMO DEFENDE O BOTAFOGO
O Botafogo marca no sistema por zona com Paulo Autuori. A equipe se monta num 4-4-2. Bruno Nazário e Pedro Raul se colocam a frente as duas linhas de quatro. Honda se alinha a Caio Alexandre no meio, e os pontas voltam pelos lados para compor o setor. Na defesa, a linha de quatro é mantida. A ideia é que cada atleta defenda o seu setor, o seu espaço no campo, e não promova perseguições em jogadores adversários fora dali. O bloco de marcação varia de acordo com a estratégia momentânea da partida, mas se mantém ‘’médio’’ em quase todo o jogo. Não adiantam tanto as linhas, mas também não ficam presos ao próprio campo.
EM BUSCA DE VELOCIDADE NO ATAQUE E A FORÇA PELOS LADOS
O time ainda precisa ganhar uma circulação de bola mais rápida e eficiente. A entrada de Salomon Kalou no setor ofensivo deve dar mais qualidade perto da área. Victor Luís também pode ganhar espaço na lateral-esquerda e Marcinho retornar na lateral-direita. Isso qualifica o passe da equipe em relação aos atuais titulares. Defensivamente as oscilações precisam ser menores. O time, por vezes, não tem muita intensidade na abordagem de marcação e é lento nas transições.
LEIA A ANÁLISE DOS OUTROS CLUBES
Athletico Paranaense; Atlético Goianiense; Atlético/MG; Bahia; Ceará; Corinthians; Coritiba; Flamengo; Fluminense; Fortaleza; Goiás; Grêmio; Internacional; Palmeiras; Red Bull Bragantino; Santos; São Paulo; Sport Recife e Vasco da Gama.
Comente!