OS 7 PRÍNCIPES PORTUGUESES

Na história do futebol, Portugal faz parte das nações que mais contribuíram para o desenvolvimento esportivo, tanto fora, como dentro do campo. Seja na área da gestão e empreendedorismo, do scout e análise, ou até da grande quantidade de produção acadêmica e intelectual para termos e conceitos de jogo dos quais hoje nos são tão […]

Na história do futebol, Portugal faz parte das nações que mais contribuíram para o desenvolvimento esportivo, tanto fora, como dentro do campo. Seja na área da gestão e empreendedorismo, do scout e análise, ou até da grande quantidade de produção acadêmica e intelectual para termos e conceitos de jogo dos quais hoje nos são tão familiares, os lusitanos são, certamente, grandes pioneiros e um dos expoentes máximos na cultura futebolística em torno do Mundo. Não sendo um grande país em termos geográficos e populacionais, muitos se recordarão de vários e talentosos jogadores e treinadores portugueses do passado e presente. Porém, hoje estamos aqui para falar do possível futuro da seleção portuguesa.

Rui Costa, Paulo Futre, Mário Coluna, Fernando Chalana, Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo, Deco, Eusébio, Luís Figo e Ricardo Carvalho.

Tradicionalmente, quando Portugal disputa alguma grande competição internacional, recebe um cognome. Como por exemplo, quando disputou a Copa do Mundo de 1966, carregou o apelido “Os Magriços“. Entre 2004 e 2006, ‘’Os Navegadores’’, ou até na Eurocopa de 2008, ‘’Os Viriatos’’. Com o envelhecimento da geração ‘’d’Os Aurélios’’ – nome dado em homenagem a Aurélio Pereira (mestre olheiro da formação do Sporting) pela quantidade de jogadores do clube de Lisboa presentes no elenco vencedor da Euro 2016 – muitos dos fiéis escudeiros de Fernando Santos começaram a ceder o seu espaço aos novos talentos lusos, que fazem a renovação da equipe nacional.

Essa transição de cargos, por enquanto, dá lugar a pelo menos 7 príncipes portugueses que já brilham nos gramados europeus em grandes clubes nacionais e internacionais. Estaremos a assistir, provavelmente, aos últimos anos de seleção de jogadores como Pepe, José Fonte, Bruno Alves, João Moutinho, Nani, Ricardo Quaresma ou Cristiano Ronaldo, todos com os seus ‘’títulos de rei’’ nas devidas posições.

Rúben Dias, o Tigre

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Nem todos os príncipes são belos, plasticamente falando. Alguns são marcados pela personalidade e determinação, além do senso de liderança com que nascem. Mas a verdade é que, se formos analisar o modelo de zagueiros que Portugal normalmente produz, Rúben Dias é quem mais se enquadra na linhagem dos defesas centrais portugueses. Aos 21 anos de idade, Rúben Dias é peça fulcral no eixo defensivo do Benfica. Não só pela ‘’raça, crer e ambição’’ (um dos lemas das águias), mas também por ser uma bandeira da formação do Seixal.

Apesar de ter Gato no nome (Rúben Santos Gato Alves Dias), podemos descrever esta personagem do futebol como um tigre em campo. Um zagueiro que se traduz pela imposição física e poder de marcação, às vezes até excedendo alguns limites da agressividade. Bastante forte nos duelos aéreos e impulsão, bom senso, noção de como proteger a sua área e até mesmo capacidade para sair vitorioso nos duelos individuais. O seu jogo com bola não é de todo brilhante, mas quando tem tempo e espaço para dominar sem uma pressão agressiva do adversário, é capaz de executar passes longos com alguma qualidade.

No contexto de seleção, Rúben Dias vem evoluindo ao lado de uma figura importantíssima do futebol português, o agora rival portista, Pepe. Nada melhor do que cedência de lugar do melhor defesa central português desta década, para aquele que mais se assemelha com o próprio em termos de liderança. Juntos formaram dupla titular na Liga das Nações da UEFA na fase de grupos, onde Portugal ficou em 1º. Deverá ser também a dupla titular na final four em Junho de 2019, que se realizará em Portugal.

Numa posição tão carente para a equipe das quinas, há alguma esperança em Dias como principal figura do setor no futuro. Fernando Santos, por norma, aprecia jogadores que limpem a área com clareza e se agigantem jogando em bloco baixo, onde o camisa 6 parece ter todos os requisitos para se encaixar nisso. Sabemos que, em contexto de seleções, há algo mais que entra em campo. E Rúben Dias parece ter o caráter ideal para guiar Portugal, fazendo crescer o espírito coletivo em grandes e decisivos jogos – assim como Cristiano Ronaldo ou o próprio Pepe o fizeram ao longo dos anos. Ainda no futuro, Dias poderá ganhar a companhia iminente de outro zagueiro da equipe rival, Diogo Leite, do Porto.

João Cancelo, a Asa

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As asas são o que dão sustentação aerodinâmica a um aparelho voador. Para isso acontecer, elas devem ter um ângulo de ataque relativo ao fluxo do ar. E falando em ‘’sustentabilidade com objetivo atacante’’, nada melhor do que falar de João Cancelo. Em muitos locais, João Cancelo é, até agora, o melhor lateral da temporada européia 2018/19, cintilando ao serviço da Juventus de Massimiliano Allegri semanalmente.

Outra jóia da formação do Benfica, também proveniente do Barreiro (principal escola portuguesa importante nas décadas de 70 e 80, que revelou craques históricos como Carlos Manuel, Fernando Chalana, Manuel Bento e até o brasileiro Nelinho. Foi também onde Paulo Fonseca, treinador do Shakthar Donestsk, se profissionalizou no futebol enquanto jogador). Com pouco espaço no Benfica (estranhamente), foi no Valencia de Nuno Espírito Santo que ganhou oportunidade para se firmar no futebol profissional. Na temporada transata foi emprestado à Internazionale e o destaque na Itália permitiu que desse o salto para a titularidade na Juventus.

Cancelo é um lateral polivalente, tanto atua na direita, como na esquerda, seja mais à frente como extremo e ainda com qualidade para ser um meio-campista. É ofensivamente que marca diferenças, sendo bastante produtivo e profundo. Jogador de passe apurado e assistência acima da média, aliando um bom drible e capacidade para sair de armadilhas de pressão em condução. Tem um refinado jogo interior, que lhe vale jogar nos dois corredores laterais e ainda ser um elemento imprevisível no 1v1 ou 1v2. Acaba por ser um jogador exposto na fase defensiva, mas que vai evoluindo aos poucos nesse sentido.

Na seleção portuguesa parece ter cravado o seu lugar após a Copa do Mundo 2018, ganhando contra a concorrência feroz de Ricardo Pereira, Nélson Semedo e Cédric Soares. Posição que também, provavelmente, contará com Diogo Dalot na briga futura. Quando se falava das dificuldades de Portugal em conseguir propor e fazer fluir o seu jogo ofensivo em campo rival contra densas organizações defensivas (na Copa contra o Irã ou a eliminação para o Uruguai), surge Cancelo para trazer mais critério nesse momento do jogo. Aproveitando as portas abertas de Bernardo Silva na direita, Cancelo invade para atacar a linha de fundo, seja com bola no pé ou no espaço. É um elemento chave nas triangulações com o extremo e o interior portugueses para desabrochar marcadores. O tempo em Turim está sendo ótimo para Cancelo e o futuro lhe reserva um protagonismo crescente a nível de seleção e clube.

Rúben Neves, o Diretor

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Elegância é um adjetivo harmonioso, que ostenta a leveza e a articulação como se move, de bons costumes, a responsabilidade, simples e eficaz, mas perdurando o ser belo… Uma qualidade que não está ao alcance de todos. Rúben Neves é tudo isso e mais alguma coisa. Faz-nos até recorrer ao futebol. Não o nosso. Aquele que é praticado nos Estados Unidos da América, para lhe chamar-mos de quarterback. Tal é a capacidade que ele tem de ligar todos os elementos espalhados pelo campo.

Oriundo da formação do FC Porto, é atualmente no Wolverhampton que desborda qualidade. Infelizmente para o jovem Neves, a cultura portuguesa – principalmente no Porto – não tem o hábito de formar e/ou conceder espaço a volantes construtores. Preenche sempre a posição com um meio-campista de vocação mais destruidora. Basta ver o passado dos dragões na posição 5 (6 para os lados da Europa): Costinha, Paulo Assunção, Fernando, Casemiro e Danilo Pereira. Não por acaso, Nuno Espírito Santo acabou por levar Neves para o Championship, depois de estarem juntos na cidade Invicta durante 1 ano. Ainda na 2ª divisão inglesa, Rúben Neves acabou por se estabilizar numa equipe que explorava as suas melhores qualidades e agora na Premier League comprovou o seu estatuto de elite com grandes exibições a cada rodada.

É, normalmente, o coração das equipes onde joga. Com um poder extraordinário para efetuar passes longos e invertidas de lado com uma precisão mais soberba ainda, Neves é o regente da orquestra. Possui um grande reportório nas bolas paradas e tem na sua meia-distância a maior arma de ataque. Defensivamente é disponível para pressionar o adversário com agressividade e tem uma bela noção para cobrir linhas de passe. Um posicionamento correto para um jogador correto.

Acabou não figurando na Copa do Mundo 2018, mas na nova abordagem de Fernando Santos à Liga das Nações da UEFA, dentro de um 1-4-3-3, pegou de estaca como volante, mandando William Carvalho para interior (!) e Pizzi jogando à sua frente descaído para a direita. É o primeiro homem de ligação na primeira fase de construção e os seus passes longos para ativar as alas são de morte, encontrando o extremo no espaço ou as incursões dos laterais (maioritariamente Cancelo). Atuando na base da jogada, vai sendo capital também na manobra defensiva (variação para o 1-4-1-4-1), em que funciona como pêndulo em torno da bola nas costas da linha de 4 do meio-campo.

Quando Rúben Neves se estreou, deixou claro uma imagem de muita maturidade para um jovem de 17 anos. Isso rendeu-lhe a faixa de capitão do Porto aos 18, detendo o record de jogador mais jovem de sempre a ser líder de uma equipe na Liga dos Campeões. Hoje, aos 21 anos, parece ainda mais maduro, o que é assustador. Dá até para fazer uma comparação com Arthur do Barcelona. Teremos ambos os casos com pelo menos mais 10 anos de alto nível e com um auge de liderança muito vincado nas suas personalidades, especialmente no caso de Neves, que já divide essa responsabilidade no seu clube e na sua seleção.

Bruno Fernandes, a Bomba

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Uma bomba é uma arma bélica explosiva programada para causar danos de destruição maciça. O melhor jogador da Liga NOS em 2017/18 foi Bruno Fernandes. Ou em jeito de brincadeira, ‘’Bomba Fernandes’’, ou ainda ‘’Bruno Laden’’. Isto diz muito da sua capacidade explosiva, não só da potência do seu chute, mas também na forma como pega no jogo.

Produto da formação do Boavista, foi na Série B italiana que se profissionalizou no futebol pelo Novara, mais tarde passando para a divisão acima na Udinese e na Sampdoria, até regressar a Portugal via Sporting. Como é de conhecimento público, o ataque à Academia de Alcochete acabou por tornar a relação de Bruno Fernandes com o clube meio turbulenta, tendo mesmo o jogador rescindido o seu contrato. Para o bem de todas as partes, Bruno voltou atrás na sua decisão para jogar novamente no Sporting. Esta temporada não começou da melhor forma. O elenco estava destruído e as ideias do treinador não pareciam oferecer as melhores condições para Bruno Fernandes poder ser mais participativo na equipe, como fora na temporada anterior. O 1-4-2-3-1 de José Peseiro tinha Bruno Fernandes como referência muito fixa a ‘’10’’ e atuando de forma muito presa atrás de Bas Dost. Contudo, a chegada de Marcel Keizer pareceu rejuvenescer o camisa 8 leonino, dando-lhe mais peso na criação como o próprio gosta.

Bruno Fernandes é um meio-campista criativo, bom atacando a área fazendo uso das suas infiltrações e tiro de sniper na meia-distância, seja em bola parada ou corrida. É um ótimo assistente com um último passe de morte e tem no seu controlo de bola um reportório largo para se desenvencilhar de situações de pressão e onde é obrigado a driblar. Sem bola é um jogador energético, fisicamente disponível para sair em pressão ao portador, que gosta de roubar, interceptar e às vezes até se dispõe a um carrinho bem dado.

A Copa do Mundo 2018 não foi a sua melhor estreia em grandes competições, até por ser reserva e toda a situação psicológica que viveu 1 mês antes no clube. Não garantiu também um lugar definitivo no 11 inicial da seleção na Liga das Nações, mas era dado como opção imediata. O contexto em que a seleção portuguesa joga, talvez não proporcione o melhor Bruno Fernandes. Muitas vezes acaba por ser movido para ala e funcionar como 3º meia no apoio ao setor do meio-campo. O que, pelas dinâmicas ofensivas do time de Fernando Santos, faz sumir algumas das suas melhores características. Acredito que será um jogador fulcral nos próximos anos para a seleção, uma vez que dispõe de um leque variado de atributos e uma nata liderança bastante útil nestes cenários.

Bernardo Silva, o Mago

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O ilusionismo é uma arte que visa entreter quem por ela se apaixona. Se dizem que um dos princípios básicos do futebol é o tempo e o espaço, poucos são aqueles que parecem ter maior domínio sobre eles do que Bernardo Silva. Na verdade, só o seres considerados extraterrestres da história do futebol o conseguem superar. Está para nascer alguém melhor que Bernardo Silva, que consiga reproduzir os gestos técnicos e a relação com bola similares a Lionel Messi. Às vezes Bernardo Silva consegue ser mais ‘’messiânico’’ do que o próprio Messi.

Perdeu-se de amores pelo Benfica quando pequeno e por lá jogou na academia do Seixal perto dos seus ídolos de infância. Nas categorias de base foi treinado por uma lenda do futebol português, Fernando Chalana, do qual recebeu o apelido de ‘’Messizinho’’ por parte do próprio. Sem ser aposta na equipe profissional do Benfica (outro caso estranho), Bernardo Silva rumou ao Monaco de Leonardo Jardim para oferecer grandes noites aos franceses e sair de lá com um título inédito de campeão nacional. Depois, aquele que havia lapidado Messi, foi buscá-lo para jogar no Manchester City. Falo, obviamente, de Pep Guardiola. Na primeira temporada começou como reserva utilizado e atuando mais vezes aberto na ala, mas em 2018/19 estabeleceu-se como interior e, talvez, o melhor jogador dos cityzens no decorrer da época.

Bernardo Silva é um mago da bola. Um jogador de fazer recordar as melhores personagens possíveis da história do futebol. Tem um ótimo controlo da redondinha, escondendo-a como ninguém. Sempre com a bola colada ao pé e exercendo o seu típico drible curto para dentro, torna-se uma arma letal nas conduções para zonas interiores. Gera bastante jogo por dentro com um enorme peso na criação. Os passes chaves são letais e ainda concilia uma interessante maneira de pisar na área. Geralmente acaba por aparecer na entrada para finalizar de forma colocada. Sem bola teve uma evolução visível esta temporada. Sempre foi um jogador prediposto a doar-se à equipe, mas acabava perdendo no físico. Agora usa a capacidade de formiga energética para subir pressão ao portador e recuperar bolas em campo rival.

Falhou a Eurocopa 2016 por lesão e não se consagrou como parte d’Os Aurélios campeões nesse ano. Em 2018 esteve apagado na Copa do Mundo, desiludindo um pouco nas expectativas criadas em torno do camisa 11 lusitano. Só que também foi daqueles que se beneficiou com a mudança de sistema de Fernando Santos no 1-4-3-3 durante a Liga das Nações. Atuando como extremo direito, flutuando para dentro e associando nas triangulações com Pizzi e Cancelo, ganhando um maior protagonismo nos mecanismos de ataque da equipe. Será, sem dúvida, a principal figura portuguesa quando Cristiano Ronaldo decidir passar o seu testemunho. Isso será um ponto muito importante na aposentadoria do maior jogador português de sempre, pois o povo procurará uma referência para se salvar. Bernardo Silva assenta bem nesse perfil e através das suas ações, Portugal terá um bom guia nas competições internacionais.

André Silva, o Formoso

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A beleza é uma subjetividade dependente das culturas de cada povo. É uma característica perceptual de prazer ou satisfação de cada figura. Para muitos, é impensável um atacante não ser um letal matador, pois ficará eternamente nas memórias do indivíduo tudo aquilo que o jogador não realizou, esquecendo-se e abstraindo-se o próprio indivíduo de tudo aquilo que o jogador ofereceu, no entanto. André Silva é o melhor parceiro que qualquer jogador vertical pode ter.

Mais uma cria do FC Porto, diretamente do centro de estágio do Olival. O dragão André Silva cresceu para o futebol profissional com dois gols na final da Copa de Portugal. Um deles de bicicleta no último minuto, que o levou a se manter no elenco principal na temporada posterior. Após um bom ano em 2016/17, André Silva fez parte dos planos de reestruturação do AC Milan. Sem se conseguir afirmar na Itália, esta temporada foi emprestado ao Sevilla e por lá tem, finalmente, despontado toda a sua qualidade na elite do futebol.

André Silva é um 9 bastante móvel, que oferece muitos apoios frontais aos meios-campistas e extremos que com ele queiram associar. Tem uma qualidade técnica de craque para ao primeiro toque colocar os companheiros em boas situações, após gerar espaços para os mesmos com os seus movimentos de recuo caindo nas entrelinhas. É um atacante completo fisicamente, joga de costas oferecendo pivôs, bom no jogo aéreo e ainda tem algum talento natural para faturar gols.

Desde a sua primeira internacionalização A por Portugal, criou de imediato um impacto brutal. Há muito tempo que a posição 9 portuguesa carecia de um potencial elite. Na verdade, até os jogadores de referência que teve no passado nem sempre foram os mais constantes. Problema esse que parece estar resolvido com o surgimento de André Silva. Hoje em dia, em 31 jogos marcou 15 gols na sua carreira de seleção principal. Foi fundamental na parceria com Cristiano Ronaldo na fase de qualificação para a Copa do Mundo 2018. Competição essa que viria a perder espaço na titularidade para Gonçalo Guedes, depois da temporada abaixo no Milan. A verdade é que, Portugal nos tempos recentes, produz bastantes extremos e pontas agudos para atacarem a baliza adversária. Sendo Cristiano Ronaldo o maior exemplo disso, ter um jogador como André Silva abrindo espaços para o camisa 7 atacar, tem sido um cenário benéfico. Na Liga das Nações acabou fazendo isso com Bruma e Rafa Silva, fora que ainda conta com as aparições do próprio Gonçalo Guedes.

João Félix, o Miúdo

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A juventude é o sinônimo natural de graciosidade. É uma qualidade deveras agradável e que todos nós passamos pela fase e ainda a recordamos com saudade. Seja a juventude menor, ou uma juventude ‘’mais adulta’’. No Brasil existem os ‘’mulekes’’ da rua… Em Portugal, os ‘’miúdos’’. Já diria alguém, João Félix é mocidade em estado puro.

Nascido no coração do Estádio da Luz, João Félix veio ao mundo na temporada 2018/19 pelo time principal do Benfica. No seu currículo tem mesmo alguns anos nas categorias de base do FC Porto (inclusive Dragon Force), mas é no Benfica que reside. Aos 71 minutos, num derby entre Benfica e Sporting, entrou para marcar o gol do empate e assim conquistar o carinho dos seus torcedores, que viam mais um rebento da sua formação germinar.

João Félix é um meia criativo de bastante ocupação nas entrelinhas, sendo um autêntico mestre das receções orientadas. Possui uma visão de jogo acima da média e executa passes de maior dificuldade encontrando o homem livre nas melhores condições possíveis. Mesmo tendo origem de meio-campista, João Félix destaca-se bastante pela sua presença na área, tanto aparecendo de rompante, como já estando presente nela. A sua calamidade para decidir o último toque ou finalização são ponto forte para um jogador com tanto perfume de gol. Juntando ainda todos estas características a um bom físico.

A sua carreira na seleção principal ainda não começou, destacando-se só nas camadas inferiores. Decidi colocar João Félix nesta lista porque penso que, mais tarde ou mais cedo, toda a sua classe de craque marcará diferenças na próxima geração que se avizinha. A inclusão do treinador Bruno Lage no Benfica, até ao que resta da temporada, parece ser ideal para o amadurecimento do ‘’miúdo’’ maravilha e fará com que o processo de transição seja breve, mas sobretudo bem trabalhado.

Portugal 2019

Possível 11 de Portugal na Final Four da Liga das Nações da UEFA em Junho de 2019.

Portugal consolidou dois sistemas táticos na Era Fernando Santos: o 1-4-4-2 compacto e o mais recente, 1-4-3-3. É uma equipe que apresenta alguma hibridez no modelo de jogo, dependendo dos jogos e jogadores utilizados. A equipe utiliza um ataque móvel com Cristiano Ronaldo tendo liberdade para vaguear no último terço e ganhando mais tarefas do que normalmente tem nos seus clubes, a nível de participação no jogo. Gosta de sobrecarregar o lado direito para as associações entre Cancelo, Bernardo e Pizzi e deixar o corredor contrário livre para algum jogador explorar o 1v1. Através de Rúben Neves ”queima etapas” para os passes longos nas infiltrações dos atacantes, extremos e laterais. Em fase defensiva monta duas linhas de 4 bem compactas (no 1-4-3-3 pode adicionar um gancho entre a defesa e meio-campo variando para o 1-4-1-4-1) e prefere assentar em bloco médio-baixo para proteger a área, visto que os seus zagueiros não são propriamente rápidos e o goleiro não controla tanto o espaços nas costas da última linha. A inclusão de William como interior, permite que a equipe faça trabalhos de pressão mais altas no campo, onde também ganha vantagens no pressing com Renato Sanches, Gedson Fernandes, Bruno Fernandes ou Adrien Silva.

É possível afirmar que Portugal vive a sua segunda ‘’Geração de Ouro’’. São tantos os possíveis talentos e jogadores já afirmados, que a prioridade passou mais pelo peso que os jogadores têm na seleção atualmente e num futuro breve. Ficam as menções honrosas a Gedson Fernandes, Jota (João Filipe), Francisco Trincão, Domingos Quina, Diogo Costa, Diogo Dalot, Florentino Luís, Diogo Leite, Jovane Cabral, Rafael Leão, etc. Ou alguns que já figuram em grandes palcos europeus e são habituais na seleção, como Renato Sanches, Bruma, Gonçalo Guedes e Gelson Martins. Os navegadores do mar querem conquistar o Mundo, título que desde sempre lhes falha…

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