Guia do Brasileirão 2020 - Grêmio

O Campeonato Brasileiro 2020 está prestes a iniciar, por isso o Footure reuniu sua equipe e analisou as 20 equipes que disputam o torneio nesta temporada em parceria com as redes sociais do Brasileirao. Por ordem alfabética, o décimo terceiro dia do Guia tem foco no Grêmio

A chegada de Renato Portaluppi no Grêmio fez o clube dar um salto que, há muito tempo, a torcida ansiava. Os títulos da Copa do Brasil, Libertadores e Recopa consolidaram um projeto que apostava em um jogo — até então — distante da cultura do clube.

Nos últimos três anos, o Tricolor Gaúcho terminou o Brasileirão em 4º lugar (2017, 2018 e 2019), foi semifinalista da Libertadores em mais duas oportunidades (2018 e 2019) além do título e, também, semifinalista da Copa do Brasil duas vezes (2017 e 2019). Todos estes feitos com a sensação de que podia mais.

A espinha dorsal das conqusitas está mantida com Geromel, Kannemann, Maicon e Everton; acrescida de Matheus Henrique e Jean Pyerre nas últimas temporadas. Além disso, contratações como a de Vanderlei e Victor Ferraz visaram fortalecer a equipe base.

Time base do Grêmio para o Brasileirão
O time base do Grêmio: Vanderlei, Victor Ferraz, Geromel, Kannemann e Cortez; Maicon e Matheus Henrique; Alisson, Jean Pyerre e Everton; Diego Souza

OS DRIBLES DE EVERTON E A FORÇA DA BASE TRICOLOR

Luan (€5 milhões), Tetê (€15 milhões), Diego Rosa (€5 milhões), Arthur (€31 milhões), Jaílson (€4 milhões), Pedro Rocha (€12 milhões) e Walace (€10 milhões) foram jogadores que, juntos, renderam €83 milhões de euros ao Tricolor — sem contar os gatilhos contratuais ou vendas futuras.

Dentro deste trabalho realizado nas categorias de base do Grêmio, os três principais expoentes técnicos da equipe, ao lado dos zagueiros Geromel e Kannemann, foram prospectados e formados em casa: Everton, Matheus Henrique e Jean Pyerre.

Buscado no Fortaleza, Everton foi artilheiro da Copa América e está sendo sondado por clubes como Napoli e Benfica. A velocidade do drible e a qualidade na finalização fazem dele um jogador acima da média no Brasil. Novo camisa 7, Matheus Henrique faz muitos torcedores acreditarem nele como uma versão melhorada de Arthur, apesar de ter características diferentes — e que o tornam outro jovem de muito potencial. Por fim, Jean Pyerre é um armador clássico e que sabe como poucos achar seus companheiros na melhor posição do campo para decidir.

DOMÍNIO DA POSSE, JOGO PELOS LADOS E A VITÓRIA DA INDIVIDUALIDADE

Por ser um time que gosta de ter a bola, o Grêmio começa seu ataque desde a defesa. A chegada de Victor Ferraz trouxe uma capacidade de passe muito importante pelo lado — ainda que ele jogue bastante por dentro —, enquanto, na esquerda, Bruno Cortez busca dar mais profundidade e chegar a linha de fundo.

Geromel e Kannemann acabam sendo complementares nesta fase do jogo. Enquanto o brasileiro gosta de achar os volantes com seus passes, o argentino prefere arrancar com a bola e passar pelos atacantes adversários a partir disso.

O meio-campo é a parte vital do funcionamento da equipe. Lucas Silva trouxe segurança na defesa, e, principalmente, tem uma arma que o time sentia falta: os lançamentos longos e inversões para os pontas. Apesar disso, a tendência de Maicon e Matheus Henrique iniciarem na dupla de volantes é maior e, assim, o Grêmio ganha em volume de jogo e retenção da posse.

Apesar de partir do 4-2-3-1, as características de Jean Pyerre ao recuar para ajudar na armação, sempre pelo lado esquerdo, deixam a impressão do 4-1-4-1. Depois de controlar o adversário com a bola, vem a parte mais importante do ataque gremista: deixar o Everton em vantagem posicional.

Para isso, é preciso que o ‘Cebolinha’ receba a bola no 1×1 contra o lateral ou zagueiro adversário. Sempre que a jogada se desenrola e termina desta forma, o Grêmio consegue ter mais consistência e ganha na qualidade individual dele. Por isso, entra outra peça-chave para o funcionamento: Diego Souza.

O centroavante, contratado para esta temporada, ajuda o time a respirar fazendo o pivô, e ainda segura os zagueiros para que não dobrem a marcação em Everton. Não foi por acaso que Tardelli e André não funcionaram no sistema de Renato, e jogadores como Jael deram certo. É preciso um centroavante mais forte fisicamente para potencializar o camisa 11.

Os lado do campo também são armas importantes para o Grêmio. Na direita, Victor Ferraz se junta aos meio-campistas por dentro, mas também chega ao fundo para cruzamentos. Na esquerda, Bruno Cortez é a velocidade para chegar na linha de fundo com os espaços gerados por Everton, e geralmente recebendo os passes de Jean Pyerre.

A FORÇA DEFENSIVA DE UMA DUPLA

É unanimidade a importância e tamanho da dupla Geromel e Kannemann na história do Grêmio. Juntos, eles formam uma das duplas mais completas da América do Sul. Como isso ocorre? A partir de alguns detalhes, que têm sido muito importantes para o funcionamento do sistema defensivo do Tricolor.

O primeiro deles é sobre Walter Kannemann. O jogador que não conseguiu render seu nível com Roger Machado por um simples motivo: sua incrível capacidade de sair para enfrentar o adversário — e não defender em zona, como pedia o ex-técnico gremista. Esta foi a primeira mudança realizada por Renato e, então, se desencadeou o potencial do jogador. Com imposição, velocidade de reação e antecipação, se tornou um dos principais jogadores defensivos do país.

Matheus Henrique é quem controla o ritmo da equipe ao lado de Maicon e é um dos principais destaques da equipe (Dados: WyScout)

Ao seu lado, outro jogador acima da média. Geromel, apesar do físico, também tem bastante imposição, mas sua grande qualidade é se antecipar ao movimento dos adversários. No fim, sabemos que resumir o sistema defensivo a dois jogadores seria errado, mas a força do Grêmio neste momento passa muito por estes dois jogadores estarem em seu topo físico e técnico — algo que já vemos há algum tempo.

Além do mais, por se tratar de uma equipe que gosta de ter a bola, os contra-ataques são a arma dos adversários, e Geromel e Kannemann, por tudo já citado acima, são leões ao defender em campo aberto (ou em inferioridade numérica).

EM BUSCA DA REGULARIDADE NO BRASILEIRÃO

Focando em Copa do Brasil e Libertadores nos últimos anos, o Grêmio acabou tendo como estratégia poupar seus jogadores durante o Campeonato Brasileiro. Não é possível dizer que foi um planejamento errado, afinal, conquistou as duas competições e ainda competiu a todo momento nelas.

Entretanto, a ideia de conquistar um Brasileirão volta a atrair a torcida e, com um calendário atípico, e todas as equipes cheias de jogos acumulados, há chance de o Tricolor disputar ainda mais o título. Resta saber se será possível manter a regularidade e o nível apresentado nos últimos anos.


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Athletico Paranaense; Atlético Goianiense; Atlético/MG; Bahia; Botafogo; Ceará; Corinthians; Coritiba; Flamengo, Fluminense; Fortaleza; Goiás; Internacional; Palmeiras; Red Bull Bragantino; Santos; São Paulo; Sport Recife e Vasco da Gama.

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