Guia do Brasileirão 2020 - Internacional
O Campeonato Brasileiro 2020 está prestes a iniciar, por isso o Footure reuniu sua equipe e analisou as 20 equipes que disputam o torneio nesta temporada em parceria com as redes sociais do Brasileirao. Por ordem alfabética, o décimo quarto dia do Guia tem foco no Internacional
Novas ideias, novos rostos e uma nova forma de jogar. É neste contexto que o Internacional adentra o Brasileirão em 2020. Após um 2019 de altos e baixos, a busca por Eduardo Coudet e a expectativa de maior aproveitamento dos jogadores formados no Celeiro de Ases dão o tom da temporada colorada. O padrão reativo, com linhas recuadas e jogo direto visto sob o comando de Odair Hellmann ficou no passado, dando espaço a uma proposta de posse de bola e pressão alta pelas mãos de Chacho.
Atrás de um título que não pinta no Estádio Beira-Rio desde 1979, a repaginação vem em boa hora para o Inter, que nesta realidade ainda recente, já deu algumas amostras do que pode ser capaz de fazer dentro de campo.
O PATRÃO E O NOVATO DA DEFESA
O Internacional conta com alguns destaques individuais de bom valor. Entretanto, nenhum entrega uma regularidade tão alta nas suas atuações quanto Victor Cuesta. O zagueiro canhoto de 31 anos demonstra segurança absoluta em cada uma de suas intervenções, antecipando as ações dos adversários e oferecendo uma saída de bola qualificada, dada a sua grande habilidade para limpar as jogadas.
Se Cuesta é a experiência, ao seu lado está um dos jovens de maior potencial da equipe. Bruno Fuchs é visto como a promessa a ter o maior salto nesta temporada, contando com a confiança de Coudet desde o início de 2020. Zagueiro de visão de jogo e, assim como Cuesta, muita antecipação, o atleta de 21 anos terá no Brasileirão a chance para se firmar de vez.
Outros dois jogadores vindos da base colorada para se ter em conta são o meia Bruno Praxedes (18 anos) e o atacante João Peglow (18 anos). Ambos ainda buscam somar minutos com maior consistência, porém, em um calendário apertado, devem receber oportunidades na rotação do elenco ao longo do ano.
COMO ATACA O INTERNACIONAL
O Inter é mais um dos clubes da Série A que encontra a base de suas ideias ofensivas na valorização da posse. A equipe de Eduardo Coudet gosta de ter a bola, assumindo o protagonismo do jogo a partir de ataques construídos desde o campo de defesa. O 4-1-3-2 tradicional do treinador é mero detalhe diante das movimentações implementadas no time. Logo na saída, o primeiro homem de meio costuma recuar entre os dois defensores para criar superioridade numérica. Entretanto, isso não é regra. Não é raro ver este primeiro volante — geralmente Damián Musto — atuando uma linha adiante, deixando a saída de bola apenas a cargo dos zagueiros.
Os laterais assumem papel fundamental na dinâmica ofensiva colorada, afinal, são os responsáveis por dar amplitude ao time e, ao mesmo tempo, profundidade pelos lados. Tê-los no campo de ataque é chave para que o trio de meias e os dois atacantes encontrem liberdade para se deslocar por dentro e criar as jogadas. Boschilia, Edenilson, Marcos Guilherme e Thiago Galhardo flutuam bastante próximos à área para tentar desorganizar a marcação, e a partir de triangulações rápidas, buscar passes para algum companheiro finalizar.
É importante pontuar que mesmo se posicionando atrás dos atacantes dentro do esquema, a figura central da linha de três não atua como um “camisa 10” clássico, de armação e criação. Sua função primordial é oferecer o primeiro apoio pelo centro para a saída de bola e fazer a distribuição do jogo para os setores mais avançados, aparecendo depois como opção de passe à frente.
Outro ponto crucial para o sucesso do Inter em fase ofensiva é chegar com o maior número possível de jogadores na área, não dependendo exclusivamente de Paolo Guerrero para definir os lances. Levar a bola até os metros finais do campo e contar com pelo menos quatro homens como alternativa para arriscar o chute permite não apenas maiores possibilidades de aproveitar a primeira tentativa, mas também tirar proveito dos rebotes.
COMO DEFENDE O INTERNACIONAL
O padrão defensivo colorado mudou drasticamente desde a chegada de Eduardo Coudet. Nos últimos anos, o costume era ver um Inter recuado, com linhas baixas e resguardando a própria área. O comportamento passivo deu vez a uma maior proatividade em busca da bola desde que o técnico argentino desembarcou em Porto Alegre.
A pressão exercida para recuperar a posse depois da perda é intensa e incessante, algo que é influenciado ainda na fase ofensiva, com a quantidade de jogadores ocupando zonas avançadas do gramado. Os atacantes são os primeiros a iniciar as tentativas de recuperação, seguidos pelo apoio do trio de meias e dos laterais ao encurtar o espaço das possíveis linhas de passe adversárias.
Como estão constantemente presentes em campo ofensivo, os homens de lado possuem essa atribuição de colaborar nesta pressão antes de recuar para fechar linhas. Por conta disto, é imperativo ter laterais de alta capacidade física e precisão nas ações defensivas. Não por acaso, Moisés e Saravia foram buscados na última janela.
Já a dupla de zagueiros, preferencialmente, deve ser ágil e ser capaz de cobrir a maior quantidade de terreno possível. Com os espaços deixados devido à pressão, os passes longos acabam sendo a saída encontrada pelos rivais para superá-la. Assim, ter defensores de velocidade e com maior poder de antecipação do que de combate é fator essencial para que a engrenagem defensiva do Inter funcione com eficiência.
ATENÇÃO ESPECIAL À BOLA AÉREA DEFENSIVA
Algo que despertou a preocupação do torcedor colorado neste começo de trabalho de Eduardo Coudet foi a fragilidade nas jogadas defensivas pelo alto. Dos 7 gols sofridos pelo Inter em 2020 antes da parada por conta da pandemia, 6 deles vieram em lances aéreos. Um índice que chama a atenção em um universo de tão poucos jogos. Certamente, é um dos pontos a serem corrigidos para o Campeonato Brasileiro.
A apreensão acerca da disciplina da equipe também tem seu fundo de razão. O excesso de cartões recebidos, sobretudo por Damián Musto, deixaram a equipe em situações sensíveis no início da temporada. E perder jogadores por suspensão em um cenário de datas apertadas é um luxo que o Internacional não pode se dar.
LEIA A ANÁLISE DOS OUTROS CLUBES
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