Guia do Brasileirão 2020 - São Paulo
O Campeonato Brasileiro 2020 está prestes a iniciar. Por isso, o Footure reuniu sua equipe e analisou as 20 equipes que disputam o torneio nesta temporada, em parceria com as redes sociais do Brasileirão. Por ordem alfabética, o décimo oitavo dia do Guia tem foco no São Paulo
O São Paulo, 6º colocado do último Brasileirão, inicia o campeonato com grandes expectativas. Comandado pelo técnico Fernando Diniz, o time conta um elenco que se coloca entre os 5 melhores do país. Mesmo apresentando um estilo propositivo e de grande domínio dentro das partidas, porém, o time foi, demonstrando fragilidades destacáveis, precocemente eliminado do Campeonato Paulista pelo Mirassol.
Em 2019, após substituir Cuca no comando da equipe, Diniz, privilegiando a classificação para a Copa Libertadores, apresentou um time mais ortodoxo e com menos riscos. Neste ano, pelo investimento e modelo de jogo que potencializa os atletas mais superiores, o São Paulo evidencia-se como um dos protagonistas do futebol nacional.
HIERARQUIA SOMADA AO EXÍMIO CENTRO DE FORMAÇÃO
Sem ter contratado um jogador sequer para a atual temporada, o São Paulo aposta na manutenção do elenco para ter sucesso nas competições a serem disputadas. Contando com alguns jogadores experientes e vitoriosos ao longo da carreira, Daniel Alves é quem mais e melhor se destaca. Para além da hierarquia e da faixa de capitão, o agora meio-campista, no auge de seus 37 anos, é o elo que conecta os três setores do campo.
O CFA Laudo Natel, em Cotia, é responsável por revelar inúmeros talentos e gerações prósperas. Diniz já contava com bons valores provenientes das categorias de base, como o goleiro Lucas Perri e os meio-campistas Igor Liziero e Igor Gomes. Desta vez, os zagueiros Walce – que só não atuou regularmente em 2019 por uma ruptura no ligamento do joelho – e Diego, o lateral-direito Lucas Sena e o volante Rodrigo Nestor devem ganhar mais minutos ao longo do ano, assim como o versátil Gabriel Sara. O mesmo aconteceria com Lucas Fasson, que solicitou a rescisão do contrato, e Gustavo Maia, recentemente vendido ao Barcelona por R$ 27 milhões.
COMO ATACA O SÃO PAULO
Nacionalmente conhecido pelos trabalhos por Grêmio Osasco Audax, Athletico Paranaense e Fluminense, Fernando Diniz é um treinador notória e assumidamente ofensivo. Com média de 1,67 gol por jogo, o São Paulo, que se monta no 4-2-3-1, com Igor Gomes atrás do atacante, é uma das equipes mais criativas e capazes quando com o domínio da posse. Com muita mobilidade e superioridade numérica no setor da bola, é um time que busca ser fatalmente vertical nos metros finais do campo.
A saída de bola é um dos mecanismos mais ricos da equipe. Enquanto estamos acostumados, no Brasil e no mundo, a ver saídas com um meio-campista somente entre os zagueiros, Diniz coloca seus dois organizadores, Tchê Tchê e Daniel Alves, que apoderam-se de notável capacidade técnica e leitura de jogo, entre os centrais, fazendo com que os laterais, sempre grudados na linha lateral, posicionem-se em campo adversário. A saída em 3 é vista apenas quando há maior paciência na fase ofensiva.
Mais à frente, Igor Gomes, intenso e presente na área, e Vitor Bueno, saindo da ponta e compondo o corredor central, organizam a equipe. Antony, vendido ao Ajax, da Holanda, dá lugar ao atacante Pablo. Com a entrada do versátil jogador, o camisa 9, sempre entrando na área em diagonal e trocando de posição com a referência do time, possibilita que Alexandre Pato atue mais livremente pelas pontas.
COMO DEFENDE O SÃO PAULO
O mecanismo-chave para defender é a pressão intensa e sufocante, marca característica nos trabalhos de Diniz, com a primeira linha de marcação na altura do meio-campo. Antes mesmo de entrar na fase defensiva, a equipe busca, com dois ou três homens, pressionar o portador da bola e recuperar a posse poucos segundos após perdê-la. Tudo isso para que, roubando próximo ao gol, o caminho à meta adversária seja facilitado.
Ao ser superado na transição e entrando na fase defensiva, o São Paulo tem, posicionando-se em 4-4-2, o modo de marcação por encaixes como predominante. Embora a primeira linha marque de maneira mais zonal, o restante dos jogadores executa perseguições curtas e médias pelo campo. É natural, por exemplo, notar os pontas seguindo os laterais, assim como os meio-campistas serem atraídos para longe do ponto de partida.
MAIOR EQUILÍBRIO DEFENSIVO PARA COMPETIR SEMANALMENTE
É sabido que o Brasileirão, pelo calendário nacional e por ser um campeonato com turno e returno, exige um alto nível de competitividade em momentos específicos da temporada. O trabalho de Fernando Diniz, desde setembro, apresentou grande margem de evolução e crescimento em todos os sentidos, mas o setor defensivo segue sendo um fator que requer atenção.
Embora tenha uma das melhores duplas de zaga do Brasil, além de laterais regulares, o São Paulo, quando superado no pós-perda, justamente por pressionar intensamente e com muitos jogadores, oferece campo aberto para contra-ataques. Este, inclusive, é o grande motivo para os gols sofridos (média de 1,07 por partida).
Outra questão é como, quando em desvantagem no placar, passa a empilhar jogadores no meio e não abre em campo, tornando os laterais ineficientes nas progressões, além de distanciar os setores uns dos outros. Se quiser competir semana após semana e apresentar um futebol condizente com o invejável elenco, Diniz precisa melhorar a transição defensiva e tornar o controle da posse de bola cada vez mais natural. Com equilíbrio, a vitória se aproxima.
LEIA A ANÁLISE DOS OUTROS CLUBES
Athletico Paranaense; Atlético Goianiense; Atlético/MG; Bahia; Botafogo; Ceará; Corinthians; Coritiba; Flamengo, Fluminense; Fortaleza; Goiás; Grêmio; Internacional; Palmeiras; Red Bull Bragantino; Santos; Sport Recife e Vasco da Gama.
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